Sara Inês Gigante vence Bolsa Amélia Rey Colaço com Popular

O espectáculo pretende abordar “conceitos que pertencem à mesma família léxica da palavra ‘popular’, como popularidade, pop e populismo”.

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Sara Inês Gigante DR

A actriz e criadora Sara Inês Gigante venceu, com o projecto "Popular", a sexta edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, anunciaram esta sexta-feira os promotores da iniciativa, destinada a apoiar a produção de espectáculos de jovens artistas e companhias emergentes.

O Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), o Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo) e o Teatro Viriato (Viseu) são as estruturas associadas a esta bolsa, lançada em 2018 para "promover a renovação da criação teatral portuguesa". O prémio tem o valor de 24 mil euros, dando acesso a várias residências artísticas e à apresentação do projecto nos quatro teatros parceiros.

O anúncio da vencedora deste ano acontece no mesmo dia em que o projecto premiado na edição anterior As Três Irmãs, de Tita Maravilha se estreia n'O Espaço do Tempo, seguindo depois para o Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, no âmbito do programa Odisseia Nacional do D. Maria II (dias 19 e 20), Teatro Viriato (a 26) e Centro Cultural Vila Flor (2 de Junho).

Sara Inês Gigante nasceu em 1994, em Viana do Castelo. Formou-se na ACE - Teatro do Bolhão, no Porto, tendo-se licenciado na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, no ramo de Actores.

Jorge Silva Melo (Artistas Unidos), Alex Cassal, Gustavo Ciríaco, Pedro Gil, Catarina Requeijo, Tiago Guedes, Raquel Castro e Bruno Bravo foram alguns dos encenadores com quem trabalhou. Em 2021 estreou-se como criadora com Yolo, e, em 2022, apresentou uma nova criação, Massa Mãe, em digressão pelo país.

Popular será um "espectáculo-desafio", que parte da autoficção de que a sua criadora e intérprete pretende ser uma artista popular, com o que de múltiplo esta expressão pode ter.

"Ancorado entre a ficção e a realidade, o espectáculo pretende criar um discurso que nos leve a questionar também sobre outros conceitos que pertencem à mesma família léxica da palavra 'popular', como popularidade, pop e populismo", lê-se na descrição do projecto. Popular contará com sonoplastia e composição musical de Luís Leitão e Foque, cenografia de F. Ribeiro e desenho de luz de Manuel Abrantes.

A sexta edição da Bolsa Amélia Rey Colaço contou com 43 candidaturas que foram submetidas à apreciação do júri, composto pelos directores artísticos das quatro instituições associadas à iniciativa.

Criada em homenagem à actriz e encenadora Amélia Rey Colaço pelo seu importante papel na História do Teatro Português, esta bolsa é atribuída anualmente. Parlamento Elefante, de Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça (2018), Aurora Negra, de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema (2019), Ainda Estou Aqui, de Tiago Lima (2020), Another Rose, de Sofia Santos Silva, e As Três Irmãs, de Tita Maravilha (2022), foram os anteriores vencedores.