A Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa vai organizar, em Julho, a segunda edição da escola de Verão, um campo de férias que promove hábitos e estilos de vida saudáveis. O Summer Medical School: Lifestyle vai ter actividades alinhadas com temas como ciência, nutrição, saúde mental e exercício físico, dirigidas aos mais novos.
“Sendo uma escola médica, está altamente focada naquilo que são os problemas que mais preocupam o sistema nacional de saúde”, começa por explicar ao PÚBLICO Conceição Calhau, subdirectora para Extensão à Comunidade e professora catedrática da Nova Medical School (NMS). Doenças como a obesidade, a diabetes e os problemas cardiovasculares podem ser “evitados com uma grande influência do comportamento dos nossos estilos de vida”.
Através desta iniciativa, crianças e jovens têm a oportunidade de aprender numa escola que contribui com a formação de médicos e, mais recentemente, de nutricionistas. Além disso, são os mais novos “as personagens principais da mudança na família”.
A primeira edição realizou-se no Verão passado, destinando-se apenas a crianças dos 6 aos 14 anos. Em 2023, entre os dias 10 e 14 de Julho, o evento conta com um programa mais abrangente, abarcando jovens dos 15 aos 18 anos.
O convite é para viverem uma experiência diferente no contacto com o mundo universitário. As actividades são planeadas de acordo com a faixa etária e, por isso, os participantes vão ter ainda a oportunidade de realizar um minicurso de Suporte Básico de Vida ou até de visitar um teatro anatómico — utilizado nas primeiras universidades modernas para o ensino de anatomia.
Para os mais novos, as propostas terão a duração de quatro semanas, entre 3 e 28 de Julho. Cada dia da semana tem um tema específico — saúde mental, nutrição, investigação e exercício físico —, e não há repetição das actividades ao longo do programa. Ou seja, as crianças que estejam inscritas nas quatro semanas vão experimentar sempre algo diferente.
É o caso da temática da nutrição (à terça-feira), onde terão a oportunidade de visitar o kitchen lab, um laboratório de investigação alimentar. Aqui, são convidados a “aprender as metodologias para processar os alimentos de forma mais adequada e mais apelativa do ponto de vista do sabor”, refere a nutricionista. Na edição passada, as crianças também tiveram esta experiência onde aprenderam a preparar os alimentos e as refeições.
Outras competências podem ainda ser desenvolvidas ao longo dos dias. O combate ao isolamento social é uma das questões relacionadas com a saúde mental, um tema considerado “cada vez mais prioritário”. Neste campo, as crianças podem também aprender a superar as dificuldades de comunicarem e de se inserirem em grupo.
A maioria dos eventos vai acontecer na própria Faculdade de Ciências Médicas. No entanto, o exercício físico — outra das temáticas abordadas, vai fazer parte do dia-a-dia dos participantes. Caminhadas e visitas culturais são o mote desta proposta que permitirá conhecer mais a fundo zonas como o Chiado, o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré.
Outra novidade desta segunda edição é a possibilidade de fazer chegar este programa mais longe. “A nossa ambição é que este projecto possa crescer de maneira a podermos ter um intercâmbio de crianças do continente e das ilhas, e também crianças internacionais que possam vir ter esta experiência em Portugal”, exorta a professora. Esta iniciativa resultou da colaboração de parceiros que se predispuseram a “oferecer inscrições a crianças mais desfavorecidas”, nomeadamente incluindo, nestes casos, o alojamento na residência universitária.
As inscrições, feitas no site da NMS, têm um custo de 195 euros por semana no caso do programa dos 6 aos 14 anos (64 vagas, 16 crianças por semana) e de 200 euros para o programa dos 15 aos 18 anos (apenas dez vagas, já esgotadas). Em ambos os casos, os participantes podem auferir de um desconto de 10%, caso sejam irmãos, ou de 15%, se forem filhos de colaboradores da Nova.
O prazo de inscrição termina no dia 26 de Maio. Apesar de, dado o número de vagas, os programas poderem esgotar rapidamente, a professora Conceição Calhau salienta que a organização está a “pensar em abrir mais semanas", no que diz respeito os mais velhos, para fazer crescer ainda mais este projecto.
As actividades vão ser monitorizadas por estudantes da universidade, que estão a receber formação nas temáticas abordadas.
Para os participantes, haverá ainda a possibilidade de interagir com profissionais de diferentes áreas, ao longo de cada semana, através dos vários desafios que vão sendo propostos.
Texto editado por Luís J. Santos