Escolas já têm quase 40% de alunos abrangidos por acção social escolar

Após a descida entre 2018 e 2020, o recurso à Acção Social Escolar aumentou em 2021/2022 para os 370 mil alunos, um novo máximo desde 2017. As dificuldades relacionam-se sobretudo com a alimentação.

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Mais de 370 mil alunos foram abrangidos pela ASE no ano lectivo de 2021/2022, um novo máximo desde 2017 ADRIANO MIRANDA
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O número de famílias que recorrem à Acção Social Escolar (ASE) aumenta desde 2020. De acordo com dados do Ministério da Educação, citados pelo Jornal de Notícias (JN), no ano lectivo de 2021/2022 foram abrangidos 370.035 alunos, num universo de quase 991 mil, ou seja, 37,4%.

Os números são os mais altos dos últimos cinco anos, aproximando-se do registado no ano lectivo 2017/18, com o número de beneficiários a ultrapassarem os 371 alunos. Porém, havia mais 300 mil estudantes nas escolas, pelo que a ASE abrangia uma percentagem menor (28,3%).

Ouvido pelo JN, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, referiu a pandemia e a guerra na Ucrânia para explicar as dificuldades económicas das famílias portuguesas, tendência que poderá ser reforçada nos próximos anos, garantiu.

De acordo com Filinto Lima, as dificuldades dos estudantes relacionam-se, sobretudo, com o acesso à alimentação e materiais escolares. A Acção Social Escolar cobre também os custos de transporte dos estudantes.

O presidente da ANDAEP propôs ao Governo o alargamento dos escalões da ASE e o reforço do apoio prestado aos actuais 370 mil beneficiários.

Também ao JN, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, recordou que “as escolas são a primeira porta" a que famílias recorrem, sobretudo quando os estudantes apresentam “sinais de fome”.

Depois de o recurso à Acção Social Escolar diminuir entre 2018 e 2020, as dificuldades económicas das famílias levaram a um aumento de alunos nas cantinas escolares e no agravamento de dívidas para o pagamento de refeições, garantiu ao JN a presidente da Confederação Nacional de Pais, Mariana Carvalho.

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