Um homem de 72 anos foi detido no aeroporto de Lisboa por transportar consigo cinco litros de ayahuasca, um chá produzido a partir de plantas amazónicas com grande potencial alucinogénio, capaz de provocar alterações na consciência por períodos prolongados. O seu consumo encontra-se associado a práticas religiosas.

Apesar de não haver suspeitas de que pertencesse a nenhuma rede de tráfico, a tentativa de introdução em Portugal de uma droga proibida, como é o caso, pode valer ao septuagenário um mínimo de quatro e um máximo de 12 anos de cadeia. Enquanto no Brasil, donde o passageiro era originário, existe alguma tolerância em relação ao consumo desta antiga bebida sagrada dos indígenas em cerimónias de carácter místico, o mesmo não sucede na Europa.

Todos os anos a Polícia Judiciária efectua algumas apreensões de ayahuasca em circunstâncias idênticas a esta. Em comunicado, a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes explica que este chá integra na sua composição DMT – dimetiltriptamina, com propriedades semelhantes ao LSD. Os cinco litros de chá mágico vinham na bagagem de porão do idoso.