Taxas Euribor voltam às subidas e a de três meses atinge novo máximo
Depois da queda de sexta-feira, os indexantes utilizados no crédito à habitação já recuperaram boa parte do valor.
Depois da subida menos expressiva das taxas de referência do Banco Central Europeu (BCE), que se fixou em 0,25 pontos percentuais, as taxas Euribor, fixadas por um conjunto alargado de bancos, registaram, num primeiro momento, uma queda expressiva nos prazos mais longos. Mas o alívio das taxas a que estão associados os empréstimos à habitação foi curto e as Euribor voltaram, esta segunda-feira, a subir, com a de a três a registar novo máximo desde Novembro de 2008.
A subida mais moderada das taxas directoras do BCE, que elevou a taxa de juro de depósito do BCE (actualmente, a principal referência para os custos de financiamento na zona euro) de 3% para 3,25% (o nível mais elevado desde 2008), está longe de sinalizar o abandono da política mais restritiva do banco central para combater a inflação.
Isso mesmo parece ficar claro na evolução da Euribor a três meses. Esta taxa, que entrou em terreno positivo a 14 de Julho de 2022, subiu para 3,312%, mais 0,032 pontos do que na última sessão de sexta-feira, em que apenas caiu 0,001 pontos.
A média da Euribor a três meses subiu de 2,911% em Março para 3,179% em Abril, ou seja, um acréscimo de 0,268 pontos percentuais.
O prazo mais longo utilizado no crédito à habitação, particularmente usado nos contratos depois de 2015, subiu para 3,790%, mais 0,020 pontos, ainda longe de recuperar a totalidade da queda anterior, que chegou a 0,073 pontos. Esta taxa também continua abaixo do máximo desde Novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 9 de Março.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,647% em Março para 3,757% em Abril, mais 0,110 pontos.
Actualmente, este prazo representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, seguida da Euribor a seis meses, que representa 32%, e da taxa a três meses os restantes 25%.
Por último, a taxa Euribor a seis meses, que entrou em terreno positivo em 6 de Junho de 2022, também subiu, para 3,605%, mais 0,030 pontos, depois de ter caído 0,076 pontos no final da semana passada. Este prazo já fixou um máximo desde Novembro de 2008, de 3,651%, verificado na semana passada, a 4 de Maio.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,267% em Março para 3,516% em Abril, mais 0,249 pontos.
As taxas Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de Fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro directoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro, tendo a tendência sido reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário. Com Lusa