Polícia Judiciária investiga ataque informático no Instituto Politécnico de Leiria
Ataque informático pôs 14 mil alunos sem acesso à Internet nas escolas e residências do Instituto Politécnico de Leiria. Foi criado um site provisório, mas as aulas estão condicionadas.
O Instituto Politécnico de Leiria foi alvo de um ataque informático que está a condicionar todos os serviços da organização, confirmou ao PÚBLICO fonte oficial do instituto. O acesso à Internet foi cortado em todas as escolas do politécnico e nas residências estudantis “por precaução e prevenção”. O Centro Nacional de Cibersegurança, a Comissão Nacional de Protecção de Dados e a Polícia Judiciária já foram informados e estão a investigar o caso.
A infra-estrutura tecnológica que suporta toda a actividade online do Instituto Politécnico de Leiria está a ser atingida desde a madrugada de terça-feira, 2 de Maio, e não há estimativa de quando a situação estará normalizada. Fonte oficial da instituição afirma que ainda está a decorrer uma avaliação para apurar os danos que o ataque informático poderá ter causado. Não confirma que tipo de ataque está em causa, nem se foi pedido algum resgate em troca do acesso à informação bloqueada.
O sistema permanecerá em baixo “até que estejam reunidas condições de estabilidade e segurança”, informou a instituição, em comunicado enviado ao PÚBLICO. Entretanto, o instituto disponibilizou um site provisório através do serviço Arquivo.pt, que preserva páginas da Internet em determinadas datas desde 1996. Os serviços informáticos do instituto estão a dedicar-se a repor as plataformas online para recuperarem alguns serviços gradualmente.
A gestão de emails já está a ser recuperada, mas os alunos (que são cerca de 14 mil nas seis escolas da instituição, espalhadas por cinco concelhos) ainda não têm acesso ao Portal dos Estudantes – onde, por exemplo, se gerem as inscrições nas unidades curriculares e se consultam as classificações atribuídas. O horário escolar está a ser cumprido com normalidade, mas sem acesso ao material de apoio que normalmente se distribui através da plataforma Moodle.
Em Outubro do ano passado, a Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, foi alvo de ransomware, um ataque informático com pedido de resgate para recuperar o acesso aos dados bloqueados. Pedro Inácio, pró-reitor da UBI para a universidade digital, explicou à época que vários sistemas informáticos foram “parcialmente” comprometidos, nomeadamente nas áreas administrativas da instituição.
Um relatório da Sophos, uma empresa da área da cibersegurança, publicado em 2022, revelou que, no ano anterior, 60% das instituições de ensino em todo o mundo sofreram ataques informáticos. O tipo mais comum é precisamente o ransomware, em que os dados são retidos por invasores informáticos para obterem dinheiro (muitas vezes em criptomoedas) pela entrega de novas credenciais de acesso.