FC Porto na final da Taça de Portugal depois de muito sofrimento
Famalicão impôs-se e forçou o prolongamento no Dragão... Mas não resistiu aos estilhaços da bomba do mago brasileiro do FC Porto.
O FC Porto precisava confirmar com máxima diligência a 33.ª final da Taça de Portugal e a presença indispensável para defender, no Jamor, o troféu frente ao já apurado Sp. Braga. Um plano aparentemente simples, mas que rapidamente se percebeu estar condenado ao fracasso, confirmado com um resultado de 1-2 no final dos 90 minutos regulamentares, que levou a eliminatória para o prolongamento... onde Otávio destruiu o sonho famalicense.
A atitude valorosa da equipa minhota, associada à apatia e a uma certa tendência para complicar tarefas, optando por caminhos ínvios, impôs aos portistas um jogo de incerteza, ansiedade e incontrolável turbulência.
Sem nada a perder, o Famalicão fez a única coisa que poderia para inverter o rumo da eliminatória: partir sem grandes hesitações ou temores para o ataque, aproveitando bem a postura mais especulativa de um FC Porto pouco ou nada interessado em acelerar ou manter um ritmo elevado.
Essa maior passividade portista acabou por criar alguns momentos de indecisão que poderiam ter ditado um início fatal para a equipa de Sérgio Conceição.
O critério largo do árbitro, a mandar jogar, também gerou alguns equívocos que o Famalicão explorou para criar um mal-estar latente na defesa portista, incapaz de travar ou acompanhar as movimentações de Ivo Rodrigues e Jhonder Cádiz.
Assim, depois de insinuar-se nas zonas de finalização, o Famalicão só não marcou mais cedo, numa desconcentração de Cláudio Ramos, por mero acaso. Mas ficava claro que a formação minhota não entregaria o bilhete para a final do Jamor de mão beijada aos portistas.
O golo acabaria mesmo por surgir na sequência de um livre tenso cobrado pelo ex-portista Ivo Rodrigues a que Jhonder Cádiz deu um último toque, desviando a bola para a baliza do FC Porto.
O Famalicão estava na frente, obrigando o FC Porto a entrar em acção e a responder no minuto seguinte através de incursão de Uribe, tocado por Dobre em plena área. Lance que mereceu intervenção do VAR e penálti que Galeno transformou no empate a um golo.
Mesmo assim, o Famalicão continuava vivo, embora obrigado a lidar com o orgulho ferido do “dragão”, que voltou a introduzir a bola na baliza de Luiz Júnior, em lance anulado por posição irregular de Toni Martínez.
Iván ameaça e cumpre
O Famalicão precisava de novo golo para, no mínimo, forçar um prolongamento, e a equipa de João Pedro Sousa voltou a entrar determinado na segunda parte, criando a dúvida nas hostes portistas, com Cádiz a falhar por centímetros uma emenda perigosa; Iván Jaime a levar a bola a beijar o poste, depois de um desvio de Cláudio Ramos, e, por fim, a transportar a eliminatória para o prolongamento graças a um golo de Iván Jaime (75’).
Sintomático dos equívocos do FC Porto, que assim se viu confrontado com alguns demónios que o têm impedido de ser uma equipa autoritária e contundente.
Nada a fazer, apenas evitar o descalabro total nos 30 minutos que se seguiam e que davam ao Famalicão alento para tentar fazer o possível e o impossível para enganar a história e o favoritismo claro dos portuenses.
E quando os penáltis pareciam a fórmula para decidir a eliminatória, Otávio, no último minuto do prolongamento, remtou de fora da área e marcou um golo estupendo, dando a final ao FC Porto, confirmada por um último golo de Evanilson, demasiado cruel para os minhotos.