Fusão nuclear: ISQ assina contrato de 16 milhões de euros para o projecto ITER

O reactor de fusão nuclear ITER está a ser instalado em Cadarache, no Sul de França.

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Modelo do que será o reactor de fusão nuclear ITER, que ficará no Sul de França Nelson Garrido

O Grupo ISQ acaba de anunciar que assinou um contrato com a empresa comum europeia, a ​F4E - Fusion For Energy, para o controlo de qualidade da construção de diversos componentes do reactor nuclear experimental ITER, localizado em França.

O contrato, avaliado em 16 milhões de euros e com uma duração de quatro anos, estabelece que o ISQ vai fazer o controlo de qualidade para vários componentes do maior reactor nuclear experimental conhecido como ITER, a sigla de International Thermonuclear Experimental Reactor, o maior reactor de fusão nuclear alguma vez projectado, salienta o grupo em comunicado. O reactor está a ser instalado em Cadarache, no Sul de França.

Esta é uma "conquista de máxima importância" para Portugal, porque "posiciona o país naquele que é um projecto internacional de referência em que o grande desafio colocado à indústria, à engenharia e à tecnologia é quanto à forma como se pode produzir energia de forma segura, fiável, ambientalmente responsável e em grande escala", destaca ainda o comunicado.

O ISQ é responsável pela garantia de qualidade e controlo e supervisão da construção de vários componentes do reactor na Europa e China desde 2014. Actualmente conta com uma equipa de 20 inspectores - entre residentes, itinerantes ou spots com intervenção pontual - em vários países europeus, prevendo duplicar este número de engenheiros.

A gestora de projecto, Mónica Reis, assinalou que o grupo tem em execução "outros três contratos, fornecendo serviços de engenharia na fase de projecto, ensaios especiais a materiais e mock-ups [modelos] dos componentes do reactor assim como formação de mais de 600 técnicos do ITER e F4E nas mais diversas áreas".

A F4E é o organismo que gere a contribuição da União Europeia (UE) para a construção do ITER, pretendendo demonstrar a viabilidade científica e técnica da fusão nuclear como fonte de energia segura, inesgotável e responsável, sendo um projecto conjunto entre UE, China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia e EUA.

O ISQ regista que a sua participação no ITER tem o contributo positivo da sua actividade no laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), onde se encontra o acelerador de partículas LHC, na fronteira franco-suíça. Esta participação "foi decisiva". "No projecto CERN-LHC, o ISQ inspeccionou a qualidade do fabrico das séries de cabos supercondutores, magnetos, componentes criogénicos e criostatos, bem como a montagem final nos túneis do CERN", esclarece o grupo.