Três dias, uma casa e 20 produtores para celebrar vinhos fora de série no Porto

Anselmo Mendes, Luís Sottomayor, Luís Pato e Dirk Niepoort estão entre os participantes no Vinho da Casa. Uma experiência sensorial, um momento único de vinhos: no Porto, de 19 a 21 de Maio.

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David Guimaraens dará a conhecer os soberbos Porto da Taylor's Anna Costa

O que é o Vinho da Casa?

Imagine uma vivenda de grandes dimensões na primeira linha da Foz, no Porto (Casa Indulgent, na Avenida Montevideu 818). Imagine que todo o seu interior tinha sido adaptado para receber 20 dos mais reputados produtores nacionais, que levarão consigo 100 dos melhores vinhos portugueses, e, do rés-do-chão aos andares superiores, da sala de jantar à cozinha e à suíte, estão prontos para receber os nossos visitantes. Imagine agora que, em cada dia, só haverá possibilidade de inscrição para 150 pessoas. Imagine ainda que, para lá dos vinhos apresentados pelos seus criadores, haverá sessões de música, concertos, masterclasses com dois masters of wine e um jantar volante concebido por Vasco Coelho Santos, chef do Euskalduna Studio, recentemente distinguido com uma estrela Michelin. Isto é o Vinho da Casa – Não é qualquer vinho, não é qualquer casa, um evento co-organizado pelo PÚBLICO e pela Out of Paper.

Como posso participar?

Simples, pode adquirir a sua entrada online (clique aqui) e escolher o que fazer. Uma entrada simples custa 230 euros por pessoa e permite-lhe circular livremente por todos os espaços da casa entre as 18h30 e as 23h00, na sexta e no sábado, e entre as 17h30 e as 22h00 no domingo.

Nestes períodos, pode experimentar os seus vinhos de sonho, pode assistir a momentos especiais de animação que vão desde conversas, a revelações musicais com enólogos, a concertos como os de Cuca Roseta e uma conversa ao som do violão de Adriana Calcanhotto, tem direito a um jantar volante assinado pelo chef do Euskalduna. Ah, e pode comprar vinhos especiais fora de mercado reservados pelos produtores participantes.

A minha experiência com o vinho fica-se pelas degustações com os produtores?

Não, no programa constam ainda três masterclasses para as quais pode inscrever-se através da compra da sessão ou sessões que pretender (veja os preços aqui).

A primeira, na sexta-feira, dia 19, decorre entre as 17 e as 18h, será orientada por Manuel Carvalho, director do PÚBLICO, e tem como tema o tempo e o vinho do Porto. Tome nota dos vinhos que pode experimentar: Casa Ferreirinha, Ferreira Vinhas Velhas Vintage 2016, Quinta do Noval Vintage 1994, Ramos Pinto 30 anos, Vintage Graham's 1985, Taylor's, 50 anos e um raríssimo Vallado ABF de 1888 – leu bem, 1888.

A segunda, dia 20 e à mesma hora, será dirigida por Dirceu Vianna Júnior (brasileiro, que é o único master of wine de língua portuguesa) e terá como foco os vinhos brancos das cinco últimas décadas. Os vinhos em causa serão o Anselmo Mendes Loureiro Private 2020, o Niepoort Coche 2020, o Casa Passarella Villa Oliveira Branco 2019, o Susana Esteban Procura Branco 2013, Pêra Manca Branco 2007, Quinta das Bágeiras Branco Reserva 1994 e um Barbeito Verdelho 1981 (Madeira).

No domingo, dia 21, a masterclass começa uma hora mais cedo, às 16h00, e será dirigida pelo master of wine britânico Peter Richards. Terá como mote a genialidade dos tintos portugueses comprovada por uma lista de vinhos composta por um Mouchão Tonel 3-4, 2001, Ferreirinha Magnum Reserva Especial de 1992, um Júlio Bastos Dona Maria Grande Reserva 2015, um Luís Pato Quinta do Ribeirinho 2005, um Crasto Honoré 2015, um Vale Meão Magnum de 2011 e um Gloria Reynolds Red 2002.

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Dirk Niepoort é um dos produtores presentes Sibila Lind

Na casa, que produtores posso encontrar?

São 20 produtores, de diferentes regiões do país, criadores de diferentes estilos. Como em causa estão os grandes vinhos de Portugal, há uma presença garantida ao vinho do Porto e ao vinho Madeira. As regras do evento implicam que cada marca, ou cada empresa, esteja representada pelo principal enólogo ou por alguém da família que dá nome à sociedade. Uma breve descrição de cada um deles:

Adega do Mouchão, através de Iain Richardson – O Mouchão é um dos emblemas do classicismo alentejano e da sua casta mais emblemática, a Alicante Bouschet. Vinhos que engrandecem com o tempo.

Anselmo Mendes – Anselmo é mais do que o “senhor Alvarinho”: é um estudioso que revolucionou a casta e, fazendo-o, revolucionou o vinho branco em Portugal. Conhecer e entender Anselmo e os seus vinhos é um desafio intelectual e sensorial irrecusável.

Barbeito, através de Ricardo Diogo – A Barbeito conjugou a memória da tradição com os novos recursos da ciência e nesse cruzamento entre o passado e o presente dispõe de alguns dos mais geniais Madeira.

Casa da Passarella, através de Paulo Nunes – A Passarella era o lugar de alguns dos mais icónicos tintos do Dão dos anos de 1950 e 1960. Regressou a esse lugar pelo potencial de qualidade das suas vinhas de altitude, mas também pela mão de um enólogo talentoso.

Casa Ferreirinha através de Luís Sottomayor – Os tintos da Ferreirinha dispensam apresentações e Luís Sottomayor, o seu criador também. Fazer Barca Velha até parece fácil quando se lidera uma empresa onde os vinhos, da entrada de gama ao topo, conseguem uma identidade comum.

Reynolds Wine Growers, através de Julian Reynolds e do enólogo Nelson Martins – Os vinhos da família Reynolds nascem num lugar fora dos radares da geografia convencional e isso só serve para lhes sublinhar a grandeza. Vinhos que ganham com o tempo, ricos, clássicos e raros que vale a pena conhecer.

Fundação Eugénio de Almeida, através de Pedro Baptista – Quem assina os Pêra Manca fica com a assinatura reconhecida no mundo dos vinhos. Mas a Fundação, os seus dirigentes e o seu enólogo fazem muito mais do que isso para se situarem no topo do ranking nacional do vinho. Para lá da sua sede em Évora, têm para mostrar a sua aventura em Portalegre.

Júlio Bastos – Os grandes vinhos raramente se afirmam pelo conformismo, como bem sabe Júlio Bastos. Os seus Dona Maria representam o Alentejo das encostas de Estremoz, mas também os lagares de mármore e a irreverência de Júlio Bastos. Uma referência do Alentejo contemporâneo e dos grandes tintos nacionais.

Luís Pato (estará ele e a filha Maria João) Pioneiro da modernidade na Bairrada (e não só), irreverente e criador de tintos, brancos e espumantes emblemáticos, Luís Pato dispensa apresentações. Ouvi-lo falar de vinho é um privilégio que resulta de saber, paixão e vício em recusar ideias feitas.

Niepoort, através de Dirk Niepoort – Dirk é talvez a figura do moderno vinho português mais conhecida e respeitada no mundo. Transformou a empresa familiar com a aposta nos DOC Douro, regressou ao vinho do Porto para criar nos últimos anos vintages geniais e pelo meio mostrou que o país pode ter um toque borgonhês ou inspirar-se na enologia mínima sem deixar de ser original e autêntico.

Quinta das Bágeiras, através de Mário Sérgio – Mário Sérgio é talvez o homem do vinho em Portugal que com mais razão pode reclamar o estatuto de vigneron. A palavra francesa não tem tradução óbvia, mas diz o que Mário Sérgio é: agricultor sábio e enólogo talentoso que soube criar uma legião de devotos incondicional.

Quinta do Crasto, através de Tomás Roquette – O Crasto e as suas vinhas são um símbolo do Douro contemporâneo, onde o vinho do Porto brilha, mas agora ao lado de estrelas como a vinha da Ponte ou a vinha Maria Teresa. Um caso exemplar de uma estratégia focada em fazer vinhos de topo, dos clones das videiras à enologia.

Quinta do Noval, através de Carlos Agrellos – A Noval é conhecida e reconhecida pelos seus Porto Vintage estratosféricos e pelos seus Porto Colheita que não deixam de espantar – ou ainda pela sua pequena vinha bacional que obedece a um modelo agrícola anterior à filoxera do século XIX. Merece também ser conhecida pelos seus tintos e brancos.

Quinta do Vallado, através de Francisco Ferreira e João Álvares Ribeiro – Os descendentes dos peixes sabem nadar e a mais recente geração da família de Dona Antónia prova-o. Os seus tintos de vinhas velhas ou localizadas em altitude estão entre o que de mais interessante se faz em Portugal. E os seus Porto também.

Ramos Pinto, através de Jorge Rosas – A Ramos Pinto é um caso emblemático da transformação de velhas e prestigiadas companhias do vinho do Porto que souberam aproveitar o potencial dos DOC Douro. Com o lançamento do Ervamoira e, mais recentemente, do Urtiga, a Ramos Pinto situou-se no topo da qualidade dos DOC durienses.

Susana Esteban – Susana Esteban é protagonista num caso de uma relação feliz da enologia com os lugares da vinha e do vinho. A sua base é a serra de Portalegre, o que é em si um precioso activo. Mas Susana Esteban acrescenta valor e singularidade a esta dádiva e assina um leque de vinhos carregados de identidade e sabedoria.

Symington Family Estates, que será representada por três membros da família em dias diferentes – Dos Vintage altamente consagrados da Graham’s ou da Dow’s a tintos prestigiados como o Chryseia ou o Vesúvio, a possibilidade de escolha das propostas da família Symington é vasta e rica. A entrada no capital da empresa que produz o espumante Vértice aumenta essa possibilidade.

Taylor's, através de David Guimaraens e de elementos da sua equipa de enologia – Se filho de peixe sabe nadar, David Guimaraens, filho, neto, bisneto e trineto de enólogos da prestigiada casa Fonseca, sabe fazer vinhos. E faz grandes vinhos. Com o foco mantido em exclusivo nos Porto, a Taylor’s é uma referência obrigatória e uma estrela de reputação mundial.

Vale Meão, através de Francisco Olazabal e Jaime Olazabal – O Vale Meão precisou de muito pouco tempo para emergir como um tinto aspiracional. A bem dizer, precisou da primeira vindima. Depois, a riqueza dos seus aromas, a complexidade dos seus sabores e a harmonia que nasce de uma vinha de eleição fizeram o resto. O Vale Meão é uma referência.

Wine & Soul, através de Sandra Tavares e Jorge Serôdio Borges – Dois jovens, ambos com ligação ao mundo do vinho no Douro e em Lisboa, apareceram em grande no princípio do século XXI a reclamar um novo cosmopolitismo para um novo Douro. A sua ambição era fazer vinhos de classe internacional. Precisaram apenas de poucos anos para se tornarem exemplos do bom contágio da modernidade numa região tradicional.

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A casa do vinho dr

Que vinhos posso provar no evento?

Topos de gama. E principalmente vinhos raros, fora de mercado. A ideia é fazer com que cada produtor mostre a classe dos seus vinhos, lhes assinale a natureza e as características especiais, que nos revele como evoluem no tempo e, principalmente, que permita aos visitantes uma experiência sensorial única. Seguem abaixo exemplos de vinhos que poderão provar. No total, estarão no evento 100 vinhos à sua disposição:

Quinta da Leda Magnum 2011

Castas Escondidas 2019

Gloria Reynolds Art & Tradition Tinto 2013

Gloria Reynolds Cathedral 2004

Scala Coeli Reserva Tinto 2017

Tapada do Chaves Reserva Tinto 1978

Dona Maria Reserva tinto 2005

Júlio B. Bastos Garrafeira tinto 2007

Luís Pato Vinhas Velhas Branco 1990

Luís Pato, 40 anos, 2020

Niepoort Quinta da Lomba Garrafeira Branco 2016

Niepoort Single Vineyard Turris 2017

Bágeiras, Vinho Branco Colheita 2002

Vinho Mário Sérgio e Óscar Fragoso 2012 Magnum

Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2013

Quinta do Crasto Vinha da Ponte 2018

Quinta do Noval Reserva Tinto 2020

Vallado Reserva Branco 2011

Vallado Adelaide 2016

Duas Quintas Reserva Tinto 1992

Ramos Pinto Vintage 1983

Susana Esteban, Procura Tinto 2017

Susana Esteban Sem Vergonha 2020

Chryseia 2017 – Magnum

Graham’s Single Harvest 1974

Taylor’s Vintage 2003

Taylor’s Vargellas Vintage 2004

Monte Meão Casa das Máquinas 2020

Monte Meão Vinha da Cantina 2021

Pintas 2020

Quinta da Manoella VV 2019

E posso comprar alguma coisa de diferente?

Sim, os produtores levarão ao evento pequenas quantidades das suas colecções que podem ser adquiridas lá e entregues em casa, através de uma parceria com a Garage Wines.

O que há no evento para lá da degustação?

Vários momentos especialmente concebidos para criar uma atmosfera de convívio e experiências exclusivas. Haverá o concerto de Cuca Roseta e uma participação especial intimista de Adriana Calcanhotto com o seu violão, ela que estreará o seu novo álbum em Portugal. No dia 19, às 21h15, Luís Pato e Maria João Pato explicam como se pode “desenhar um vinho” a partir da experiência de Luís Pato de criar vinhos para os netos. Em seguida, pode ouvir histórias inéditas de três mulheres do vinho, Sandra Tavares, Susana Esteban e Ivone Ribeiro inspiradas por um filme de Pedro Almodóvar. No dia seguinte, os enólogos do Barca Velha e do Pêra Manca, Luís Sottomayor e Pedro Baptista, juntam-se numa sessão de showcooking, também às 21h15. Os adeptos da música podem avaliar os dotes musicais de Carlos Agrellos, enólogo da Noval, entre as 22h00 e as 22h30. E, já no domingo, dia 21, ainda às 21h15, uma escolha difícil, entre um showcooking de Dirk Niepoort e uma sessão de fado com o enólogo Anselmo Mendes.

E o jantar?

Será um jantar volante, nos jardins da casa, preparado pelo chef e estrela Michelin Vasco Coelho Santos, do Euskalduna Studio. No bar onde pode comprar as raridades dos produtores, haverá serviço de vinho ao copo das marcas presentes no evento.

O “Vinho da Casa, não é qualquer vinho, não é qualquer casa” tem o patrocínio da Haier, DIAM e Maserati; apoio da Câmara Municipal do Porto e ViniPortugal, a loja oficial é a Garage Wines, o copo oficial é Riedel, o hotel oficial o Porto, The Editory Collection Hotels.

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