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Em Esposende, um braço-de-ferro entre o rio e o mar
Há pescadores em Esposende que não vão ao mar há cinco meses.
Devido principalmente à construção de barragens, o rio Cávado, como outros rios, perdeu força e caudal, por isso, perdeu também capacidade de transportar os sedimentos que reforçam e estabilizam a restinga da foz. Assim, a duna na parte final do estuário deixou de reter areias e vai sendo invadida pelo mar.
“Os sedimentos que vemos hoje nas praias e zonas costeiras foram transportados pelos rios durante vários séculos, quando não havia obras de retenção”, explica Francisco Taveira Pinto, que realizou, em 2021, um estudo para a Câmara Municipal de Esposende, financiado pelo POSEUR e com apoio da Universidade do Minho, sobre a barra do Cávado.
Actualmente, devido à construção de barragens, que o engenheiro descreve como “autênticas barreiras ao transporte de sedimentos”, existe uma diminuição das velocidades de escoamento, “os transportes são muito menores e as barreiras impedem que esses sedimentos possam fluir normalmente até à foz”.
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