“Grotesco” e “obsceno”: o vídeo oficial do Turismo da Itália inclui a Eslovénia

O vídeo, que faz parte de uma campanha de nove milhões de euros, tem sido amplamente ridicularizado. A ministra italiana do Turismo, Daniela Santanche, classificou os críticos do vídeo de snobs.

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O trecho do vídeo mais controverso mostra um grupo de jovens a sorrir num pátio iluminado pelo sol e a beber vinho DR
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O Ministério do Turismo italiano foi ridicularizado depois de um vídeo oficial para atrair turistas a Itália ter utilizado imagens de pessoas na Eslovénia a beber vinho esloveno.

O vídeo, que faz parte de uma campanha de nove milhões de euros produzida pelo grupo de comunicação Armando Testa, foi amplamente ridicularizado pelos críticos e nas redes sociais, mesmo antes de se saber que parte dele tinha sido filmado no estrangeiro.

Intitulada Aberta à Maravilha, a campanha utiliza uma versão computorizada de Vénus, um símbolo da arte italiana, tal como foi representado por Sandro Botticelli na sua obra-prima renascentista O Nascimento de Vénus.

A Vénus, muito moderna, veste uma minissaia e é mostrada a comer pizza e a apresentar algumas das principais atracções turísticas de Itália, como o Coliseu de Roma ou a Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença.

O historiador de arte Tomaso Montanari considerou a campanha publicitária “grotesca” e um desperdício “obsceno” de dinheiro, enquanto o vídeo foi criticado pelos utilizadores das redes sociais italianas.

O trecho do vídeo mais controverso mostra um grupo de jovens a sorrir num pátio iluminado pelo sol e a beber vinho, no que é apresentado como uma cena típica italiana.

No entanto, os espectadores mais atentos verificaram que o pátio em questão se situa na região de Kras, na Eslovénia, perto da fronteira italiana, e que a garrafa em cima da mesa tem um rótulo de vinho de Kras.

O grupo de comunicação de Armando Testa não estava imediatamente disponível para comentar.

A ministra italiana do Turismo, Daniela Santanche, membro do partido de extrema-direita Irmãos de Itália (Fratelli d`Italia, ou FDI,​ na sigla italiana)​, da primeira-ministra Giorgia Meloni, classificou os críticos do vídeo de snobs e disse que a representação de Vénus tinha como objectivo atrair os mais jovens.