Os surdos da pradaria
Eu nunca quis que o meu filho, um dia, sentisse que nós quisemos apagar a sua surdez e transformá-lo num “menino igual aos outros”.
Trabalhava nos Cuidados Intensivos, quando engravidei pela primeira vez e, por isso, passava boa parte da vida a lidar com situações que tinham corrido mal. Cirurgias que, de previsivelmente lineares, passavam a complicadas, passeios em família que acabavam em acidentes de viação, partos que deviam ser momentos felizes e que uma atonia uterina dinamitava… Naquela altura, fechada naquele espaço oito horas por dia, as coisas na minha cabeça estavam de tal forma invertidas que quase me esquecia que aqueles casos eram a excepção e não a regra.
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