Benfica responde à pressão com vitória nervosa

“Encarnados” triunfam sobre o Estoril Praia, por 1-0, e voltam a ter quatro pontos de vantagem sobre o FC Porto.

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Depois de duas semanas infernais, o Benfica voltou neste domingo às vitórias, triunfando na Luz sobre o Estoril Praia, por 1-0. Após duas derrotas consecutivas no campeonato, mais a dupla jornada com o Inter que significou o adeus à Champions, os “encarnados” voltaram a celebrar uma vitória e repuseram a vantagem para o FC Porto em quatro pontos. Quanto aos estorilistas, sofreram a sua terceira derrota consecutiva, mas ainda se mantêm acima da linha de água, ainda que não a salvo.

Para os críticos que dizem que jogam sempre os mesmos, Schmidt tinha algumas surpresas guardadas. A maior de todas, a promoção ao “onze” de João Neves, jovem médio da formação, mais o artista brasileiro Neres e a colocação de Aursnes a lateral-direito em vez de Gilberto. Era esta a fórmula do alemão para enfrentar um adversário instruído para defender e fazer o Benfica desesperar. O Estoril precisava de pontos e qualquer coisa que conquistasse na Luz seria bem-vinda – não precisava de ser bonito.

O primeiro remate do jogo até foi da formação orientada por Ricardo Soares, um tiro muito por cima de Tiago Araújo. O Benfica demorou mais dez minutos até conseguir fazer o mesmo, num canto cobrado por Chiquinho que chegou à cabeça do pequeno João Neves – saiu por cima, mas não por muito. Nesta altura, os “encarnados” já mandavam no jogo, mas não era um domínio tranquilo. Era mais um domínio nervoso que não iria serenar enquanto não aparecesse o primeiro golo.

Os “encarnados” não tiveram muitas oportunidades, mas tiveram algumas. Como uma bola de Rafa bem perto da baliza de Dani Figueira, que foi ter com o avançado após um ressalto em Gamboa, aos 19’. Mas estiveram mais perto do golo que nunca quando Rui Costa, após indicação do VAR e visionamento das repetições, marcou penálti a uma falta de Tiago Araújo sobre João Mário.

Para acrescentar mais uma camada de intranquilidade, o médio benfiquista acertou nas pernas do guardião do Estoril quando tentou converter o penálti. A bola ficou ali quase parada em cima da linha de golo, João Mário ainda tentou fazer alguma coisa, mas a jogada perdeu-se.

O Estoril raramente se aventurou no ataque, preso numa estratégia de contenção, na tentativa de construir a partir de trás, mas sem conseguir ter bola e sem defender especialmente bem. Mas conseguiu criar algum perigo aos 40’, num cruzamento a partir da direita, de Tiago Santos, que terminou com um bom cabeceamento de Cassiano – Vlachodimos estava a controlar.

O Benfica finalmente conseguiu respirar fundo aos 44’. Numa habilidade pela direita em que deixa dois adversários pelo caminho, Neres vai quase até à linha de fundo e faz um cruzamento perfeito para Otamendi. O central argentino direccionou a bola na perfeição, de cabeça, para um sítio onde ninguém do Estoril conseguiu chegar, conferindo justiça total ao resultado.

Mas era curto e não era à prova de surpresas desagradáveis. Na segunda parte, o Benfica continuou a exercer domínio sobre o jogo, mas não com mão de ferro. As oportunidades apareceram e Musa até marcou aos 72’, mas o lance seria bem anulado porque Aursnes estava fora-de-jogo no início da jogada.

Diga-se que o Estoril nunca colocou em causa o domínio benfiquista e não se aproximou com perigo, na segunda parte, da baliza de Vlachodimos. Francisco Geraldes, que entrou após o intervalo, deu algum critério ao jogo "canarinho", mas sem grande consequência. E o Benfica esperou nervosamente que os minutos do jogo se esgotassem para respirar fundo e celebrar um justo regresso às vitórias.

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