Porto volta a debater criação do seu museu da resistência

Neste sábado, o Mira Fórum acolhe uma sessão pública sobre criação do museu. Transformação da antiga sede da PIDE num lugar de memória do antifascismo voltou a ser pedida por BE e CDU

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Tanto o PCP como o BE defendem que museu deve ocupar sede da antiga PIDE no Porto adriano miranda / publico

Peniche e Lisboa já o conseguiram, mas o Porto continua com o anseio por cumprir. A transformação da antiga sede da PIDE, onde está instalado o Museu Militar do Porto, no museu da resistência da cidade é há muito pedida. Este mês, BE e PCP voltaram a levar o assunto à Assembleia da República, com projectos de resolução que querem preservar a memória da luta contra o fascismo na cidade e no Norte do país.

Neste sábado, às 15h30, no Mira Fórum, o debate renasce na cidade, numa sessão pública com os historiadores Fernando Rosas e Gaspar Martins Pereira, a resistente antifascista Milice Santos, Luís Monteiro (do BE) e uma participação gravada de Rita Rato, ex-deputada do PCP que dirige o Museu do Aljube, em Lisboa.

No dia 11 de Abril, o BE apresentou no Parlamento um projecto de resolução que voltava a lançar luz sobre o assunto. Assinada pelos deputados Joana Mortágua, Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua, Catarina Martins e Isabel Pires, reclamavam a criação do Museu da Resistência e Liberdade para “honrar a memória e a luta dos mais de sete mil resistentes à ditadura presos e torturados pela polícia política do Estado Novo na antiga delegação da PIDE/DGS, na Rua do Heroísmo”.

Para os deputados, este novo museu deve também sensibilizar, “numa perspectiva intergeracional”, para a “defesa dos direitos, liberdades e garantias" assegurados pelo 25 de Abril e pela Constituição da República Portuguesa. Em ligação com “o universo da investigação científica”, o museu deveria ainda “propiciar mais meios de estudo sobre o período em causa, interligando as realidades vividas na resistência com o território e os dias de hoje”.

Os bloquistas juntam a esta reivindicação a da criação de uma “rede nacional de museus da resistência”, que permita uma articulação com os espaços de Peniche e Lisboa.

Na mesma semana da apresentação do BE, também o PCP insistiu no tema, recomendando ao Governo que deslocalize o Museu Militar do Porto, no edifício da antiga PIDE, para que lá seja instalado o Museu da Resistência Antifascista – uma resolução, aliás, já aprovada em 2019.

A proposta dos comunistas justifica a escolha do edifício na Rua do Heroísmo por este ser “um símbolo do regime fascista”. É “o local adequado e justo para documentar, musealizar e homenagear a luta pela liberdade daqueles que lá estiveram detidos e ali resistiram para construir no nosso país o 25 de Abril”.

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