O BuzzFeed vai encerrar o departamento de notícias e despedir 60 trabalhadores, avança esta quinta-feira o jornal The New York Times, citando um e-mail enviado pelo fundador e director executivo da empresa, Jonah Peretti.
O encerramento do BuzzFeed News por parte da empresa norte-americana de conteúdos digitais é o desfecho de cortes neste departamento que começaram em 2019, com o despedimento de 15% da redacção. Desta vez, os despedimentos na divisão de notícias fazem parte de um corte nas várias plataformas do BuzzFeed que vai afectar cerca de 15% dos trabalhadores, num total de cerca de 180 pessoas despedidas, depois de ter despedido outros 12% em Dezembro de 2022.
O BuzzFeed News, criado em 2011, ganhou rapidamente nome com a contratação de vários nomes reconhecidos no mundo do jornalismo e com a aposta no jornalismo de investigação. A aposta valeu vários prémios, incluindo nomeações para Pulitzer e um destes galardões em 2021. No entanto, o retorno financeiro ficou sempre abaixo das expectativas.
Em Março de 2022, a empresa anunciou cortes significativos na redacção, com as saídas do então director, Mark Schoofs, do director-adjunto, Tom Namako, e da editora executiva de investigação, Ariel Kaminer, juntamente com vários membros de várias secções. A redacção, que contava com cem jornalistas, foi reduzida para cerca de metade: os prejuízos anuais seriam de cerca de 10 milhões de dólares e o BuzzFeed queria tentar obter lucro com o BuzzFeed News.
Na comunicação desta quinta-feira, Jonah Peretti disse ter tomado a decisão de investir a mais na divisão de notícias por gostar do trabalho produzido. Segundo refere o The New York Times, o fundador da plataforma reconhece que foi lento a aceitar que as redes sociais não eram capazes de dar o apoio financeiro necessário para fazer o BuzzFeed News rentável.
"Temos enfrentado mais desafios do que aqueles que consigo contar nos últimos anos", disse Peretti, justificando a quebra na publicidade digital e nos negócios do Buzzfeed com a pandemia e a recessão económica resultante.
Peretti acrescentou que os trabalhadores afectados pelo encerramento da divisão de notícias serão considerados para as vagas no site principal do BuzzFeed e no HuffPost, uma página comprada em 2020 e que será, daqui para a frente, a aposta da empresa no sector das notícias. Segundo o CEO, o HuffPost é rentável e menos dependente nas redes sociais, com uma "audiência leal".