Comité Olímpico Italiano adia decisão sobre recurso da Juventus
CONI decidirá esta quinta-feira se os 15 pontos subtraídos na Série A serão devolvidos, se a sanção será mantida ou se ocorrerá um novo julgamento.
O Comité Olímpico Italiano (CONI) adiou esta quarta-feira, por 24 horas, a decisão final sobre o recurso da Juventus ao castigo de subtracção de 15 pontos na Série A com que o clube de Turim foi punido, por irregularidades financeiras na transferência de futebolistas.
O Colégio de Garantias do CONI, órgão independente que representa o terceiro e último nível da justiça desportiva italiana, vai pronunciar-se, definitivamente, sobre esta sanção horas antes da "vecchia signora" discutir, em Alvalade, frente ao Sporting, o apuramento para as meias-finais da Liga Europa, após ter ganho 1-0 na primeira mão.
Este processo, sobre ganhos de capital, tem como base a suspeita de que o valor das transferências de jogadores teria sido inflacionado com o objectivo de aumentar as receitas do clube.
Durante as audiências, o procurador-geral do desporto do CONI, Ugo Taucer, reconheceu um ponto de razão à Juventus, pelo que a sentença, que terá de ser cumprida no actual campeonato, foi adiada por um dia, podendo vir a ser reformulada ou o julgamento repetido, como sugeriu.
Já a Juventus considera que a decisão que levou aos 15 pontos de castigo está "cheia de erros", pelo que pede a sua anulação. Esta quinta-feira, o CONI decidirá se os 15 pontos vão ser devolvidos, se a sanção será mantida ou se ocorrerá um novo julgamento.
Em 2022, a Juventus tinha sido absolvida neste caso, juntamente com outros clubes, mas o tribunal federal de recurso da federação aceitou o pedido para reabrir o processo, devido a elementos transmitidos pela justiça italiana, que também está a investigar as contas da "vecchia signora".
A 30 de Janeiro, o Tribunal de Recurso da Federação Italiana de Futebol (FIGC) justificou a sanção à Juventus por esta ter aumentado o valor de mercado dos seus jogadores para obter mais benefícios numa posterior venda.
Este expediente a que o clube de Turim recorreu é gerador de uma mais-valia fictícia que permitiu à entidade equilibrar os seus balanços durante pelo menos três anos (2019, 2020 e 2021), reduzir dessa forma prejuízos, não recapitalizar e fortalecer a equipa ao não ver o limite salarial diminuir.
Sem os 15 pontos, a Juventus é, actualmente, sétima classificada do campeonato, com 44 pontos: a reversão total do castigo significaria a subida ao terceiro lugar, com 59 pontos, a dois da Lazio, numa competição comandada pelo Nápoles, com 75.