Caravana diplomática dos EUA atacada no Sudão
Secretário de Estado dos EUA disse que qualquer ataque contra diplomatas é “inaceitável”. Horas antes, o embaixador da União Europeia no Sudão tinha sido atacado na sua residência.
Uma caravana com pessoal diplomático dos Estados Unidos foi atacada na noite de segunda-feira no Sudão, num ataque atribuído a combatentes das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta terça-feira.
Horas antes, o embaixador da União Europeia no Sudão, o irlandês Aidan O'Hara, tinha sido agredido na sua residência na capital sudanesa, Cartum.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Micheál Martin, o embaixador O'Hara "não ficou gravemente ferido" no ataque, que o mesmo responsável classificou como "uma violação grosseira das obrigações internacionais de protecção dos diplomatas".
Numa reacção ao ataque contra uma caravana diplomática dos EUA, o secretário de Estado norte-americano telefonou em separado ao líder das RSF, o general Mohamed Hamdan Dagalo — conhecido como Hemedti —, e ao líder do Exército do Sudão, o general Abdel Fattah al-Burhan, para lhes dizer que qualquer ataque contra diplomatas dos EUA é "inaceitável".
"Posso confirmar que uma caravana diplomática dos EUA foi atacada ontem à noite", disse Blinken, nesta terça-feira, numa entrevista colectiva na cidade japonesa de Karuizawa, onde participou numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7.
"Temos profundas preocupações com o ambiente de segurança geral [no Sudão], pois isso afecta civis, diplomatas e trabalhadores de organizações humanitárias", disse o secretário de Estado norte-americano.
Segundo Blinken, a situação no Sudão está a ser acompanhada em estreita colaboração pelos EUA e por outros países com influência no país africano, incluindo os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Reino Unido, bem como a União Africana e outras organizações internacionais.
Os combates no Sudão já fizeram pelo menos 185 mortos e mais de 1800 feridos, com ambos os lados a reivindicarem ganhos num conflito em que já foram lançados ataques aéreos e usadas peças de artilharia.
Os confrontos prosseguem apesar dos numerosos apelos dos Estados Unidos e de outros países para a suspensão dos combates, e dos esforços do Egipto e dos Emirados Árabes Unidos para fazerem com que os rivais alcancem um cessar-fogo.