Documentos do Pentágono apontam debilidade antiaérea de Taiwan

Serviços secretos norte-americanos dizem que a ilha reivindicada pela China tem problemas de detecção de mísseis e só tem metade dos aviões de guerra preparados para operar num cenário de conflito.

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Visita recente da Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, a uma base da Força Aérea em Taichung Reuters/TAIWAN PRESIDENTIAL OFFICE

Documentos do Pentágono, divulgados no âmbito da fuga de informação que tem como principal suspeito o luso-descendente Jack Teixeira, revelam a preocupação dos Estados Unidos sobre a capacidade antiaérea de Taiwan, num cenário de resposta a um potencial ataque militar da China, nomeadamente na detecção de mísseis e na mobilização dos seus aviões de guerra.

Segundo o Washington Post, uma avaliação dos serviços secretos norte-americanos conclui que apenas metade dos aviões de combate da ilha que a China considera uma província chinesa estão prontos para operar num contexto de conflito, dado esse que dá possibilidades às Forças Armadas chinesas de imporem uma superioridade aérea ainda maior do que se previa.

Para além disso, o relatório enfatiza que as próprias autoridades taiwanesas duvidam da sua capacidade para “detectar lançamentos de mísseis com precisão”.

A capacidade de Taiwan para disparar mísseis antiaéreos “ficaria comprometida se houver um grande volume” de mísseis balísticos chineses de curto alcance disparados a partir de múltiplas plataformas móveis, dizem os EUA.

Os serviços de informação norte-americanos assumem ainda que a táctica chinesa de utilizar embarcações civis para fins militares dificulta a sua própria capacidade para detectar movimentações para uma possível invasão da ilha e reconhecem que a modernização do Exército chinês melhorou a sua competência operativa.

Em resposta, o Ministério da Defesa de Taiwan diz que respeita a posição de Washington, mas assegura que os seus sistemas foram “cuidadosamente construídos tendo como base ameaças hostis”.

O Governo taiwanês acrescentou que a resposta aos recentes exercícios militares da China – que simulou um bloqueio naval da ilha e ataques com mísseis – demonstra que as suas forças de defesa estão “totalmente capacitadas e confiantes”.

O Presidente Xi Jinping e outros líderes políticos chineses têm vindo a insistir, nos últimos anos, que pretendem alcançar brevemente o objectivo da reunificação e sublinham que a China nunca irá renunciar ao uso da força para o fazer.

Com mais de 20 milhões de habitantes, Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949. Tem um sistema político parlamentar, liberdade de imprensa e separação de poderes.

A revelação da informação destes documentos do Pentágono surgiu poucas horas antes de o regime comunista chinês ter imposto uma zona de exclusão aérea a Norte do território taiwanês, neste domingo, supostamente para lançar na atmosfera um satélite meteorológico.

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