Musk diz que foi forçado a comprar o Twitter e defende despedimentos em massa

É contra banir o TikTok, dorme no escritório e diz que já não é o CEO do Twitter (o cão é que é). O PÚBLICO resume em cinco tópicos a rara entrevista que Elon Musk concedeu à BBC.

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Elon Musk comprou o Twitter por 44 mil milhões de dólares em 2022 Reuters/DADO RUVIC

O bilionário sul-africano Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX e, desde 2022, o relutante CEO do Twitter, concedeu uma rara entrevista à britânica BBC. Durante a conversa, o empresário reconheceu que só comprou a rede social por prever que o tribunal o fosse obrigar a concretizar o negócio, revelou que às vezes dorme no escritório, e admitiu que os despedimentos em massa que decretou quando assumiu a liderança da tecnológica foram “das coisas mais difíceis” que já fez. Musk defendeu também que o Twitter é agora uma plataforma “mais segura”, ainda que haja estudos que apontem o contrário.

O PÚBLICO resume a longa entrevista em cinco tópicos:

1. Elon Musk só comprou o Twitter porque achou que o tribunal o obrigaria a fazê-lo

Quando fechou o negócio de 44 mil milhões de dólares que lhe deu posse da rede social, Musk fê-lo, de certa forma, contrariado.

Em Setembro de 2022, o Twitter levou o bilionário a tribunal para o obrigar a cumprir o contrato-promessa que tinha feito para adquirir a empresa.

Na altura, Elon Musk afirmava ter perdido interesse no negócio porque, no seu entender, o Twitter teria exagerado o número de utilizadores activos da plataforma e, ao mesmo tempo, indicado que os bots (contas automatizadas, utilizadas frequentemente para spam) seriam em número muito inferior ao real.

2. Musk defendeu os despedimentos: “Se todo o barco afundasse, ninguém teria emprego”

Os despedimentos em massa que o CEO do Twitter decretou logo no início da sua liderança reduziram o número de funcionários da empresa de cerca de 8000 para 1500. “Se todo o barco afundasse, ninguém teria trabalho”, argumentou, defendendo a medida como necessária para salvar a companhia.

Na entrevista, considerou que os despedimentos foram “das coisas mais difíceis” que já fez e descreveu o processo como “doloroso”.

Em Novembro, segundo a Business Insider, Musk enviou um e-mail aos funcionários a dizer que ou alinhavam na sua visão “extrema” para a empresa, que levaria a trabalharem “muitas horas a alta intensidade”, ou que perderiam os seus empregos.

Para Musk, as medidas drásticas foram essenciais para reverter a situação de cash-flow negativo na ordem dos 3000 milhões de euros da empresa.

3. Liderar o Twitter é uma “montanha-russa” que o faz dormir no escritório

Sobre a experiência de ser CEO do Twitter, Musk refere que não é, de todo, “uma festa”. É mais uma montanha-russa.

O bilionário revelou que por vezes se vê obrigado a ficar a dormir nos escritórios do Twitter em São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia: “Há uma biblioteca aonde ninguém vai, no sétimo andar. Há lá um sofá onde eu durmo às vezes.”

Em Dezembro de 2022, Elon Musk transformou alguns dos escritórios do Twitter em quartos para permitir aos seus funcionários dormirem no trabalho.

4. Musk é contra a proibição do TikTok

Por ser “contra banir coisas”, Elon Musk não considera que o fim do TikTok seja uma boa medida, mesmo que admita não ser utilizador da plataforma.

Ainda assim, admitiu que o hipotético fim do TikTok, pelo menos nos Estados Unidos, poderia beneficiar o Twitter.

5. Ainda não há um nome para suceder a Musk como CEO do Twitter

Apesar de ter afirmado, logo em Novembro de 2022, que esperava investir menos tempo no Twitter e nomear um novo CEO, Musk ainda não tem uma lista de potenciais sucessores.

Mas Musk diz que já começou a desligar-se do cargo: “Eu já renunciei. Continuo a dizer: eu não sou o CEO do Twitter. O meu cão é o CEO do Twitter.”

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