O tsunami adulto de Feist passado às canções

A canadiana edita Multitudes num momento em que se avalia à luz dos seus vários papéis: a filha que deixou de ser, a mãe que passou a ser, a mulher que acumulou mais alguns anos no corpo.

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Feist: "Uma canção é um dos poucos objectos artísticos que se escapam a qualquer responsabilidade com formas ou resultados particulares" Sara Melvin & Colby Richardson

Há já algum tempo que Leslie Feist pensava num modelo diferente de digressão. Num modelo em que as canções pudessem soar mais desprotegidas, menos maquilhadas por milhares de kilowatts; em que pudesse olhar nos olhos o público à medida que as suas palavras e as suas melodias com ele chocavam de frente. Mas a pressão dos resultados financeiros e a montagem de concertos em série em que todos os envolvidos — dos produtores às salas, dos agentes aos músicos — esperam obter a sua fatia de sustento e, vá lá, de lucro, levavam sempre a que a perspectiva de pôr na estrada um concerto intimista fosse desprezada em favor de outras hipóteses que comportassem um menor risco contabilístico. Até que se deu o tal acontecimento global que ditou o encerramento das salas e o confinamento de toda uma actividade.

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