Professores vão manifestar-se nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro

Protesto “Assalto ao Aeroporto” marcado para dia 22 de Abril. “Queremos mostrar aos turistas que este Portugal muito bonito tem uma escola pública que é desprezada”, diz organização.

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Missão Escola Pública organizou em Março uma marcha lenta junto à Ponte 25 de Abril Maria Abranches

Professores e não docentes vão voltar a manifestar-se no próximo dia 22 (sábado) numa acção promovida pelo grupo independente Missão Escola Pública, que em Março organizou marchas lentas em algumas pontes do país. O protesto, intitulado “Assalto ao Aeroporto”, será “semelhante” ao anterior na medida em que ambos consistem em concentrações e marchas. De acordo com a organização, a acção vai acontecer no exterior dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, podendo ainda juntar-se colegas de outros pontos quer nacionais quer do estrangeiro.

“A intenção é que, no mesmo dia à mesma hora, haja concentrações nos aeroportos do país e também em alguns fora do país em que tenhamos professores portugueses, como Moçambique ou Timor. Primeiro, [o protesto] vai decorrer no exterior do aeroporto, com uma concentração seguida de uma marcha e algumas intervenções de convidados”, adianta o professor Rui Foles, um dos 13 organizadores e integrantes da Missão Escola Pública, ao PÚBLICO. "Para dentro do aeroporto temos algumas surpresas que não podemos divulgar ainda", adianta.

À semelhança do que sucedeu a 20 de Março, a hora central do protesto será às 18h23, uma alusão ao tempo de serviço congelado (seis anos, seis meses e 23 dias).

Quanto à escolha pelos aeroportos, Rui Foles, professor no Agrupamento de Escolas Monte de Caparica, em Almada, explica que a intenção “não é apenas a de criar constrangimentos ao trânsito”. “O objectivo aqui é atacar a torre principal do país, que neste momento é o turismo. Queremos mostrar aos turistas que este Portugal muito bonito tem uma escola pública que é desprezada e que está a ser muito maltratada.”

"No dia 22, partiremos em cada um dos três aeroportos numa viagem em defesa da Escola Pública. O nosso país empurra-nos para fora, mas é aqui que nós querermos ficar", lê-se no comunicado do grupo enviado ao PÚBLICO.

Já a opção pelo dia 22 funciona como uma “antecipação do 25 de Abril”. “Achamos que estamos a demorar muito tempo com as negociações e precisamos de uma nova antecipação do 25 de Abril. Ou seja, temos de dar mais força à liberdade e à luta”, assevera.

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Entre os convidados para discursar em Lisboa estão os professores Paulo Guinote (autor do blog “O meu quintal”), conhecido pelos profissionais da educação) e Ricardo Silva. O grupo está também a contactar associações de pais e directores escolares para que marquem presença no protesto.

A Missão Escola Pública foi constituída em Março por um grupo "independente" de 13 professores da Grande Lisboa, tanto da "margem Norte como da margem Sul" do Tejo, “mas os valores cívicos e éticos inerentes a qualquer profissional de Educação foram replicados por todos os profissionais de Educação que a eles se juntaram nesse dia”, escrevem na mesma nota de imprensa.

“Não haverá caminho possível para a salvaguarda da Escola Pública enquanto não devolverem aos professores os seis anos, seis meses e 23 dias que eles trabalharam. Façam-no através de faseamentos, por redução da contagem do tempo necessário à reforma; encontrem uma fórmula, mas devolvam-no integralmente a todos quantos o trabalharam! Só assim se evitarão injustiças e as tão apregoadas ‘assimetrias’. Não aceitaremos a correcção de erros com a criação de erros maiores”, sublinham.

Para a próxima semana, com o início do 3.º período lectivo, vão começar novas paralisações entre os profissionais da educação. Na segunda-feira inicia-se uma reedição da greve por distritos, convocada pela plataforma sindical, que decorreu entre Janeiro e Fevereiro, desta vez a começar no Porto e a terminar em Lisboa a 12 de Maio. Já o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) convocou quatro dias de greve, entre 24 e 28 de Abril, além de ter entregado também um pré-aviso para uma paralisação apenas no concelho de Odivelas no dia 19 de Abril, quarta-feira.

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