"Perde a cabeça e apanha o maior número de beatas que conseguires, onde quer que estejas!" Já estávamos com saudades de Andreas Noe e dos seus desafios extravagantes que desta vez inclui toda a gente que lhe quiser enviar beatas apanhadas do chão durante a Semana da Terra, de 15 a 23 de Abril. "Convida todos à tua volta, incluindo escolas, universidades, empresas, cidades, famílias, clubes de xadrez e de futebol — não te esqueças da tua avó!"
No final, irá juntar tudo numa "grande montanha de beatas" no Parque das Nações, em Lisboa, no dia 23, pelas 14h. Se dúvidas houvesse, The Trash Traveler mostrou-nos no ano passado que Portugal está cheio de montanhas de beatas durante a Caminhada das Beatas que percorreu o país de Norte a Sul. A mobilização de voluntários em todos os pontos por onde foi passando valeu-lhe literalmente vários mergulhos em 1,1 milhões de pontas de cigarro e a ideia de em 2022 concentrar a acção numa só semana.
"Este projecto não é realmente sobre beatas. É muito maior do que isso. Acreditamos que com um acto fácil, como apanhar apenas uma beata, nos conectamos com a natureza. E isso leva-nos a aprender sobre outras questões ambientais e a querer fazer parte de uma solução", escreve o criativo Andreas Noe em comunicado, referindo-se a "uma das formas mais comuns de lixo, como papel, latas e garrafas".
Segundo este cientista alemão, "estima-se que cerca de 4,5 triliões de beatas sejam atiradas ao chão todos os anos em todo o mundo." "Esses objectos pequenos e aparentemente insignificantes são, na verdade, incrivelmente prejudiciais ao meio ambiente. Não são biodegradáveis e podem levar até dez anos para se decompor, vazando produtos químicos tóxicos no solo e na água." A parte pelo todo, diz. "Uma beata pode levar-nos a sermos activistas e a cuidarmos dos oceanos, do planeta e do clima."