Raro manuscrito que abriu caminho para o regresso da monarquia britânica vai a leilão

A Sotheby’s disse que foram feitos cinco exemplares da declaração, tendo o único outro sobrevivente sido mantido nos arquivos parlamentares.

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A Declaração de Breda foi emitida por Carlos II, a partir dos Países Baixos, em 1660 DR

Um raro manuscrito do século XVII, que foi fundamental para a restauração da monarquia britânica com o rei Carlos II, uma década após a execução do seu pai, será leiloado no próximo mês, coincidindo com a coroação do seu actual homónimo.

A Declaração de Breda foi emitida por Carlos II, a partir dos Países Baixos, em 1660, oferecendo reconciliação e um perdão geral por crimes cometidos durante a Guerra Civil Inglesa, que viu Carlos I ser expulso e mais tarde executado, o que levou o país a ser uma república durante dez anos, sob o comando de Oliver Cromwell.

Um dos dois exemplares sobreviventes será leiloado, em Maio, na casa londrina Sotheby’s, uns dias antes de o actual monarca, o rei Carlos III, ser coroado na Abadia de Westminster.

“Juntamente com a Carta Magna, a Carta dos Direitos e o Acto de Assentamento, este faz parte de um pequeno lote de documentos reais transformacionais que mudaram o poder real para sempre, e como tal é o mais importante do seu género a aparecer para venda pública”, disse Gabriel Heaton, especialista em Manuscritos da Sotheby’s.

“É através desta declaração que, em 1660, a monarquia foi restabelecida e os termos pelos quais governariam, que ainda hoje se aplicam, 350 anos mais tarde, quando Carlos III ascende ao trono.”

A Sotheby’s disse que foram feitos cinco exemplares da declaração, tendo o único outro sobrevivente sido mantido nos arquivos parlamentares.

A cópia para leilão, com um preço estimado entre as 400 mil e as 600 mil libras (455.470 e 683.230 euros), foi enviada para a Marinha, onde foi lida pelo primeiro-secretário do Almirantado britânico, Samuel Pepys, tornado famoso pelo seu diário.