Delphine Seyrig, nossa contemporânea
Procurou ser dos pés à cabeça uma dama, disse. Poucos perceberam a frase da actriz de Jeanne Dielman..., considerado agora “o melhor filme de sempre”. Um livro trá-la para os nossos dias.
Delphine Seyrig "continua a falar-nos. Mais do que nunca desde o seu desaparecimento ela parece nossa contemporânea", escreve Jean-Marc Lalanne. É a "tese" de Delphine Seyrig, En Contructions. E fora já das páginas finais deste livro-ensaio sobre alguém que fez figura de diva do cinema de autor nos anos 60 e 70 (filmes de Alain Resnais, Luis Buñuel, Chantal Akerman, Jacques Demy) mas que se tornou demasiado radical no seu percurso estético e político, o autor continua: "Ela nunca esteve tão presente no imaginário da nossa época. Quando desapareceu [Beirute, 1932-Paris, 1990], os seus filmes de realizadora estavam invisíveis e, na sua carreira de actriz, praticamente não filmava, a não ser filmes radicais." É que os anos 80, explica o redactor-chefe da revista Les Inrockuptibles, foram "uma década de restauração formal e ideológica". Isto é, de conservadorismo.
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