Sociedade Ramos & Mário não deixa o Benfica falhar
Num jogo difícil para as “águias” em Vila do Conde, um golo de Gonçalo Ramos no início da segunda parte garantiu três importantes pontos para os benfiquistas antes do “clássico” com o FC Porto.
Desta vez não houve o fulgor e a qualidade das exibições de Março, mas, a uma semana de receber o FC Porto, a sociedade entre Gonçalo Ramos e João Mário não deixou que o Benfica falhasse. Num jogo onde o Rio Ave nunca permitiu que as “águias” se sentissem confortáveis, a equipa de Roger Schmidt garantiu a vitória (0-1) e três importantes pontos na difícil deslocação a Vila do Conde com um golo construído pelos seus jogadores mais influentes no primeiro minuto da segunda parte: João Mário construiu a jogada e Gonçalo Ramos marcou.
A uma semana de receber o FC Porto no “clássico”, o “vamos ver” de Roger Schmidt na véspera de o Benfica jogar em Vila do Conde sobre se iria ou não colocar Florentino no “onze” deixava no ar a hipótese que se confirmou: mesmo confiando que o seu médio seria “capaz de jogar 90 minutos sem ver amarelo”, o técnico alemão deixou o “61” no banco – Florentino falharia a partida contra o FC Porto se fosse admoestado -, colocando Aursnes a jogar lado a lado com Chiquinho no meio-campo.
Com esta ligeira nuance táctica, o Benfica ganhava dinamismo – Florentino tem um raio de acção menor – e, nos primeiros 45 minutos, conseguiu recuperar bolas com assiduidade ainda no meio-campo do Rio Ave. Porém, pecou sempre no último passe ou na hora da decisão.
Confortável na tabela classificativa, Luís Freire fez uma alteração em relação à equipa que tinha vencido na última jornada nos Açores – o ex-benfiquista Samaris regressou ao “onze” em detrimento de Vítor Gomes -, mas, mesmo defendendo em 5x4x1, os rioavistas viram-se recorrentemente em apuros devido a perdas de bola em zonas comprometedoras.
Tendo menos bola - o que muitas vezes pareceu ser estratégico -, o Benfica, com jogadas rápidas ao primeiro toque, conseguiu nos primeiros 45 minutos surgir com perigo perto da baliza defendida por Jhonatan, numa mão-cheia de ocasiões. Todas acabaram mal decididas.
Aos 5’, Rafa prendeu demasiado a bola, perdendo o tempo certo de assistir João Mário que estava isolado. Quase de seguida, foi Gonçalo Ramos que, com um gesto técnico de enorme qualidade, tirou Pantalon do seu caminho, mas o remate foi mal executado e saiu ao lado.
Sem conseguiu traduzir a posse de bola em lances ofensivos, o Rio Ave apanhou novo susto aos 22’, mas desta vez foi Fábio Ronaldo que impediu que o remate de Bah fosse na direcção da baliza de Jhonatan. Seguiram-se oportunidades para Ramos (27’) e Rafa (28’), mas em cima da meia hora foi o Rio Ave que esteve mais perto de abrir o marcador na primeira parte: Patrick William rematou ao poste – na recarga André Pereira ainda festejou o golo, mas estava fora-de-jogo.
Apesar do susto, o “zero” do Benfica ao intervalo castigava as más decisões dos seus avançados na “hora h” e Schmidt terá alterado os seus jogadores para isso mesmo nos balneários de Vila do Conde. No entanto, qualquer reparo que o treinador alemão tenha feito ficou esquecido em apenas 57 segundos da segunda parte. Culpa da sociedade mais bem-sucedida deste campeonato: João Mário desembaraçou-se de Patrick William com um túnel ao brasileiro e assistiu Ramos, que, à segunda, fez o 25.º golo esta época, o 17.º na I Liga.
A partir daí, o Benfica mudou o “chip”. Se, até marcarem, as “águias” pareceram apostar em deixar o Rio Ave assumir o comando, com a vantagem no marcador os benfiquistas procuraram gerir o relógio com a bola no pé.
Com o jogo aparentemente congelado, os dois treinadores mexeram na equipa depois da hora de jogo - Schmidt tirou Ramos e Neres – e foi o Rio Ave quem mais saiu a ganhar. Boateng, aos 74’, esteve muito perto do empate, mas, mesmo com o Benfica encostado à sua grande área nos últimos minutos, Vlachodimos segurou o triunfo que dá ainda mais conforto às “águias” para o duelo da próxima sexta-feira contra o FC Porto.