Encontradas no Egipto duas mil cabeças de carneiro mumificadas

Múmias datam da dinastia ptolemaica, tendo portanto mais de 2000 anos. Pensa-se que constituiriam oferendas de devoção ao faraó Ramsés II.

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As cabeças de carneiro foram encontradas por arqueólogos da Universidade de Nova Iorque Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egipto/Reuters

Pelo menos duas mil cabeças de carneiro mumificadas que datam da dinastia ptolemaica — 305 a.C. a 30 a.C. — e uma estrutura palaciana do Antigo Império egípcio (circa 2660 a.C. a circa 2180 a.C.) foram descobertas no templo do faraó Ramsés II em Abidos, o recinto sagrado de enterro mais importante do Antigo Egipto.

Juntamente com elas, foram também descobertas por uma equipa de arqueólogos do Instituto para o Estudo do Mundo Antigo da Universidade de Nova Iorque (Estados Unidos)​ múmias de ovelhas, cães, cabras selvagens, vacas, gazelas e herpestídeos (família de pequenos mamíferos carnívoros que inclui os mangustos e os suricatas), anunciou o Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egipto.

Pensa-se que as cabeças de carneiro constituiriam oferendas de devoção a Ramsés II, o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia (que reinou entre 1279 a.C. e 1213 a.C., segundo a enciclopédia Britannica). Séculos após a sua morte, a população continuaria a praticar o culto a esta figura.

Uma das cabeças de carneiro descobertas no âmbito da missão arqueológica da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egipto/Reuters
Pedra antiga também descoberta Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egipto/Reuters
Os arqueólogos encontraram ainda estátuas, papiros, restos de árvores antigas e vestimentas e sapatos de couro Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egipto/Reuters
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Uma das cabeças de carneiro descobertas no âmbito da missão arqueológica da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egipto/Reuters

O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egipto acrescenta que estas descobertas permitirão expandir o conhecimento acerca do que terá sido aquele local nos mais de dois milénios que antecederam a implantação da dinastia ptolemaica, que governou o Egipto durante cerca de 300 anos, até à conquista romana do território, no ano 30 a.C..

Situada na província de Sohag, a cerca de 400 quilómetros a sul do Cairo, a região de Abidos constitui um dos principais (porém menos visitados) sítios arqueológicos do Egipto. Funcionou como necrópole para a realeza e como centro de peregrinação para a adoração de Osíris, grande figura da mitologia egípcia (deus dos mortos, do julgamento e do além).

A equipa de arqueólogos da Universidade de Nova Iorque encontrou ainda uma grande estrutura palaciana da sexta dinastia do Antigo Império, com paredes de aproximadamente cinco metros de espessura, e ainda estátuas, papiros, restos de árvores antigas e vestimentas e sapatos de couro.

A estrutura pode ajudar a “reconstituir o sentido da paisagem de Abidos antes da construção do templo de Ramsés II”, disse o chefe da missão arqueológica, Sameh Iskander.