Sargentos insistem na urgência da valorização salarial dos militares
PS chumbou iniciativas paralmentares para rever Regime Remuneratório dos Militares das Forças Armadas.
A Associação Nacional de Sargentos (ANS) acusou neste sábado o Governo e o PS de não quererem rever o regime remuneratório dos militares, insistindo que estas alterações são urgentes, depois de os socialistas chumbarem três projectos de resolução no Parlamento.
"Lamentavelmente o Governo e o partido que o suporta no Parlamento continuam a não querer entender que é crucial promover as necessárias alterações e garantir a valorização dos recursos humanos da Defesa Nacional, o bem mais precioso das Forças Armadas, ou seja, os militares que estão ao serviço de Portugal e dos portugueses", destaca a ANS, numa nota.
Para a Associação Nacional de Sargentos, o sistema remuneratório dos militares "não é devidamente revisto e alterado" há mais de 13 anos e que "os tão propalados, mas falaciosos e enganadores, aumentos salariais entre os 52 e os 104 euros" não impedem a perda de qualidade de vida e de poder de compra dos militares.
A associação considera que a ausência de actualização remuneratória "é a principal razão para a falta de atractividade da carreira" e tem "contribuído de forma significativa para as dificuldades sentidas nas Forças Armadas no que ao recrutamento e à retenção de militares respeita".
"Urge rever o regime remuneratório e integrar medidas de valorização salarial. E hoje, ficou ainda mais claro quem quer e quem não quer resolver", considera a ANP, sublinhando que esta rejeição "deu ainda mais legitimidade e autoridade moral para usar os meios disponíveis" para "prosseguir e intensificar o combate pela obtenção de melhores condições de vida e de trabalho" para os militares.
Três projectos de resolução do PSD, PCP e BE recomendavam ao Governo uma revisão do Regime Remuneratório dos Militares das Forças Armadas, mas foram chumbados na sexta-feira com o voto contra do PS.
No debate que antecedeu esta votação no Parlamento, o deputado do PS, Manuel Afonso, salientou que "ainda há pouco tempo" se procedeu à revisão da tabela remuneratória nas Forças Armadas, que se traduziu em aumentos salariais entre os 52 e os 104 euros.
Acresce, segundo o deputado, que em breve será feita a revisão do Plano de Acção para a Profissionalização da Carreira Militar e aprovada a criação de quadros permanentes para praças no Exército e na Força Aérea.
Os projectos tiveram como base uma petição que recolheu mais de 7700 assinaturas, entregue no Parlamento em Setembro de 2021 por militares de vários ramos das Forças Armadas, na qual pediam à Assembleia da República para rever e alterar o Sistema Remuneratório dos Militares.
Os primeiros signatários desta petição eram os presidentes da Associação Nacional de Sargentos, da Associação de Oficiais das Forças Armadas e da Associação de Praças, associações que marcaram presença nas galerias do Parlamento.