Palcos da semana: entre as festas de Abril Dança e do Cinema Italiano

As notas dos The Last Internationale, a Trilogia de Alice e um Tremor açoriano são outros destaques dos próximos dias.

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Time, peça coreográfica de Aldara Bizarro no Abril Dança em Coimbra Carlos Gomes
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Running For a Dream com The Last Internationale DR
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A passadeira da 16.ª Festa do Cinema Italiano abre com Por Amor (L'immensità), do realizador Emanuele Crialese DR
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UnsafeSpaceGarden, um dos projectos para ver no Tremor DR
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A Trilogia de Alice por Nuno Carinhas Eduardo Pinto

Em Abril, danças mil

A linearidade e a subjectividade do tempo marcam o passo à peça coreográfica de Aldara Bizarro interpretada por Margarida Sousa, Sofia Coelho e João Santos. Dá pelo nome de Time e deambula entre “o alerta que o tema nos suscita e o fascínio que o tema nos revela”, anota a folha de sala.

É com este compasso que se inicia o festival Abril Dança em Coimbra, apostado em dar palco aos talentos da dança contemporânea e, de caminho, estimular a vertente pedagógica. Fundado em 2016, tem este ano a produção partilhada entre o Teatro Académico de Gil Vicente, o Convento São Francisco, o Teatrão e A Escola da Noite.

No “corpo de baile” vêm cerca de três dezenas de eventos, entre espectáculos, exposições, debates, poesia e cinema, e nomes como Rui Horta, Tânia Carvalho, Gaya de Medeiros, Bernardo Chatillon, Ginevra Panzetti, Enrico Ticconi, Hugo Calhim Cristóvão, Joana von Mayer Trindade ou Cristina Planas Leitão.

É tempo de Running For a Dream

Um álbum que “tem tudo para não desiludir os fãs”. Não se espera menos do que isto quando a conversa toca em Running For a Dream, o novo disco dos The Last Internationale, com edição prevista para o próximo dia 31 de Março.

É esse o foco dos concertos que motivam o regresso a Portugal do duo nova-iorquino apadrinhado pelo guitarrista Tom Morello, que os considerou seus “favoritos na próxima onda de roqueiros rebeldes”.

Nas pautas, além dos temas recentes, deverão estar os riffs blues-rock de protesto registados em We Will Reign (2014) e Soul on Fire (2019), os capítulos anteriores na discografia da banda.

Os mundos e os fundos das fitas de Itália

A passadeira da 16.ª Festa do Cinema Italiano abre com a antestreia do filme Por Amor (L'immensità), do realizador Emanuele Crialese. Protagonizado por Penélope Cruz, retrata, em registo autobiográfico, a vida de um adolescente em plena crise de identidade de género na Roma dos anos 1970.

A fita inaugura o cartaz da cerca de meia centena de filmes que alimentam esta edição nas telas do Cinema São Jorge, da Cinemateca Portuguesa e da UCI Cinemas no El Corte Inglés.

O espectáculo As Vozes de Dante do actor Toni Servillo, a exposição Obra Aberta do fotógrafo Luigi Ghirri, as artes plásticas de Rä di Martino e a retrospectiva do cinema de Elio Petri são outros dos destaques no programa da festa que, até ao final de Maio, se estende também ao Barreiro, Almada, Penafiel, Coimbra, Setúbal, Beja, Aveiro, Porto, Lagos e Évora.

Dez anos de Tremor

Concertos, performances, residências, exposições, conversas, oficinas, caminhadas e outras experiências. É nestas coordenadas que se torna a fazer sentir o Tremor na ilha de São Miguel, nos Açores.

Entre salas de espectáculo formais (como o Teatro Micaelense, o Coliseu ou o Arquipélago Centro de Artes Contemporâneas) e lugares menos convencionais (o mercado, um quiosque, uma igreja ou pela natureza), o festival recebe artistas e estilos de toda a estirpe e origem, alinhando cerca de 50 nomes ao longo de cinco dias.

Owen Pallett, Vaiapraia, Bia Maria, Chima Isaaro, Cobrafuma, Fado Bicha, Filipe Furtado, Pongo, Inês Malheiro, Lander & Adriaan, Lucrecia Dalt, Lulu Monde e Unsafe Space Garden são apenas alguns dos convidados a abrilhantar o cartaz, que se espraia ainda por um Mini Tremor à medida da petizada e pelas Receitas do Baú, onde a tradição culinária de Rabo de Peixe tanto se serve numa mesa familiar como num arraial comunitário.

(Des)ilusões em três actos

Nuno Carinhas pega no texto do dramaturgo irlandês Tom Murphy para contar a história de uma mulher (interpretada pela actriz Rita Brütt), mãe, doméstica e casada com “um banqueiro de sucesso”, dita a sinopse.

O resultado é Trilogia de Alice, uma peça em três actos com vista para a Irlanda dos anos 1980 à primeira década do século XXI. É neste lugar que se revelam anseios, descobertas, (des)ilusões e as fronteiras “nem sempre claras” entre a realidade e a imaginação, naquela que é a estreia da 75.ª criação da Escola da Noite, produção que encerra as celebrações dos 30 anos da companhia.

No elenco, além de Brütt, estão Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash.

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