Nuno voltou a Braga e lembrou-se da cidade do “betão e da religião”

Braga O Tecto e o Chão é o projecto de Nuno Braumann, que voltou a percorrer as memórias que tinha de Braga.

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Nuno Braumann não é bracarense, mas passou grande parte da sua vida em Braga. Por isso, ri-se, ficou surpreendido quando a cidade foi considerada o melhor destino europeu em 2021. “Não achei que Braga fosse o melhor destino europeu, então num tom de brincadeira dei este nome ao projecto”, explica o fotógrafo, ao P3.

O nome é Braga European Be[a]st Destination, mas para a exposição no Bar Sé La Vie amenizou-o para O Tecto e Chão, inspirado no texto de Maria Ondina Braga. Tal como Nuno, a escritora passou algum tempo fora da cidade, viajou muito e de certa forma teve a mesma sensação que o fotógrafo quando regressou.

“Comecei a sentir que estava a perder pontos de referência ligados às minhas memórias, como cafés clássicos da cidade, começou a ficar tudo demasiado turistificado. Senti que precisava de caminhar pela cidade, fotografar e sentir que ainda lhe pertencia”, acrescenta Nuno Braumann. O fotógrafo, que vive na Suécia, destaca uma fotografia tirada numa “garagem que servia de atalho entre a escola e o centro da cidade”. “Era um sítio que marcou a minha memória, onde eu e os meus amigos passávamos muitas vezes.”

A exposição funciona como um percurso pela cidade e serve de arquivo. Nuno quis mostrar sítios diferentes, preservar a sua essência e, pelo caminho, as próprias memórias. “Braga é uma cidade onde a Igreja Católica e as empresas de construção têm muito poder e influência e andam de mãos dadas, e assim a religião e o betão são de facto as peculiaridades mais visíveis desta cidade”, escreve.

A exposição pode ser visitada até 16 de Abril.

©Nuno Braumann
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©Nuno Braumann
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