Nos Açores, Trilhos Tradicionais da Fajã de Santo Cristo estão como “novos”
Na ilha de São Jorge há agora sete percursos recuperados, com melhores condições de acesso.
São sete os trilhos na fajã de Santo Cristo, em São Jorge, Açores, que foram alvo de obras de recuperação, num investimento de cerca de 275 mil euros, para melhorar as condições de acesso em consonância com a sustentabilidade ambiental, foi nesta quinta-feira divulgado.
A fajã da Caldeira do Santo Cristo é considerada um santuário de bodyboard e surf, sendo o único local nos Açores onde se reproduzem amêijoas.
A ilha de São Jorge tem mais de sete dezenas de fajãs – pequenas planícies junto ao mar com origem em desabamentos de terras ou lava –, que, desde 2016, são Reserva da Biosfera da UNESCO e são também dos locais mais procurados pelos turistas.
O projecto nos sete trilhos tradicionais abrangeu uma extensão total de cerca de 2200 metros, cobrindo uma área de 4400 metros quadrados, segundo informação divulgada pelo Governo Regional.
As obras de recuperação dos trilhos em causa foram realizadas "em consonância com as características locais", com a pavimentação dos trilhos em calçada de pedra da região, o basalto, com traço seco, e recorrendo a técnicas tradicionais para garantir "a estabilidade" do pavimento e dos terrenos adjacentes.
Na cerimónia de inauguração da empreitada de recuperação e remodelação dos trilhos tradicionais da fajã de Santo Cristo, o secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas adiantou que o projecto representa "um investimento de cerca de 275 mil euros, por parte do Governo Regional dos Açores, executado pela Câmara Municipal da Calheta, no âmbito de um contrato ARAAL".
O governante destacou que a Caldeira de Santo Cristo "é um dos ex-líbris" da região, um "lugar verdadeiramente especial, com um enquadramento paisagístico deslumbrante, marcado por uma geomorfologia singular, com enorme riqueza de habitat raros, vegetação endémica e avifauna residente e migratória".
Por se tratar de um lugar singular, há uma crescente procura de visitação, pelo que se torna "imprescindível" encontrar "um equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconómico" e "a conservação dos seus ecossistemas e valores naturais, para que a comunidade continue a poder beneficiar desta relíquia", sublinhou o secretário regional do Ambiente.