Grupo dono do Pingo Doce registou lucros de 590 milhões de euros em 2022

Jerónimo Martins registou um aumento de 27,5% nos lucros consolidados em 2022. Vendas de Portugal, Polónia e Colômbia ascenderam a 25,38 mil milhões de euros.

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Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins SGPS LUSA/Inácio Rosa

A Jerónimo Martins SGPS, companhia dona das cadeias Pingo Doce e Recheio em Portugal, obteve lucros de 590 milhões de euros no ano passado, após interesses minoritários. É um crescimento de 27,5%, segundo os dados divulgados esta quarta-feira ao mercado.

O resultado antes juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) foi de 1419 milhões de euros, um crescimento de 20,8% face a 2021.

No comunicado ao mercado em que está cotado, o grupo de distribuição salienta que, em 2022, "o resultado líquido" consolidado "incorpora a atribuição de 289 milhões de euros em reconhecimentos e prémios" aos colaboradores da empresa "em Portugal, na Polónia e na Colômbia", e que significa "um aumento de 33% face a 2021".

O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos consolidou, no último exercício fiscal, vendas de 25.385 milhões de euros, dos quais 17,5 mil milhões (ou 69,3%) foram realizados no mercado polaco, que representou um crescimento de 20,9% (em euros) para a empresa. A Jerónimo Martins opera na Polónia através da retalhista alimentar Biedronka e da rede de parafarmácias Hebe. O ano de 2022 fechou com 3395 lojas Biedronka no mercado polaco.

Portugal, o segundo maior mercado do grupo, representou vendas de 5657 milhões de euros no ano passado: uma fatia de 4499 milhões de euros para cadeia de super e hipermercados Pingo Doce (mais 11,2%) e os restantes 1158 milhões de euros para rede grossista Recheio (mais 27,7%) que tem como principal cliente o canal Horeca (de hotéis, restaurantes e cafés). O mercado nacional tinha, no final do ano passado, 472 unidades Pingo Doce e 43 superfícies Recheio.

A Colômbia, o mais recente mercado de actividade directa da holding Jerónimo Martins, representou 1768 milhões de euros para a companhia de distribuição. É um crescimento de 60,5% nas vendas (em euros) e faz com que a Ara, cujo lançamento se iniciou em 2013, tenha ultrapassado, em 2022, as vendas da Recheio. A rede colombiana da JM terminou o ano passado com 1093 lojas alimentares de proximidade.

Mil milhões de investimento

Nas perspectivas para este ano, o presidente da administração do grupo salienta o "contexto em que a confiança dos consumidores está muito fragilizada", e a volatilidade que ainda existe nos "preços da electricidade, do gás e do combustível".

Juros e inflação mantêm-se elevados, afirma Pedro Soares dos Santos, que defende que "é, neste momento, ainda difícil antecipar o nível que assumirá" a desinflação esperada, “sobretudo no segundo semestre (quando os comparativos com o ano passado já incorporarem a acentuada subida de preços registada ao longo de 2022)”.

O grupo irá manter o investimento como "primeira prioridade", estimando "que o mesmo fique em linha com o concretizado em 2022, do qual cerca de 45% na Polónia", adianta. E embora nesta mensagem não seja quantificado o valor, na apresentação ao mercado é dito, mais à frente, que, no ano passado, "o programa de investimento atingiu 1.013 milhões de euros no período, dos quais 48% foram canalizados para a Biedronka".

Para os accionistas, a previsão é de um "pagamento de um dividendo de 345,6 milhões de euros, 0,55 euros por acção (valor bruto)", que a administração irá agora propor à assembleia geral de accionistas.

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