Google abre testes ao chatbot Bard. Microsoft lança gerador de imagens

O lançamento do Bard, a versão do ChatGPT da Google, começou esta terça-feira nos EUA e no Reino Unido. Enquanto isso, a Microsoft tem um novo programa que gera imagens a partir de frases em inglês.

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Um robô a ler um jornal – imagem gerada pelo Bing, da Microsoft DR

A Microsoft e a Google continuam a onda de anúncios sobre novas ferramentas de inteligência artificial. Esta terça-feira, a Google anunciou que começou os testes públicos com o Bard nos EUA e no Reino Unido — apresentado em Fevereiro, o Bard é o equivalente ao ChatGPT.

Enquanto isso, a Microsoft, que lançou ao público o seu próprio chatbot também em Fevereiro, anunciou uma nova ferramenta para gerar ilustrações a partir de frases em inglês.

Ambas as ferramentas dependem de inteligência artificial generativa, uma tecnologia que depende de enormes bases de dados para gerar conteúdo novo.

O lançamento do ChatGPT no final de Novembro (em fase de teste) mostrou como programas de inteligência artificial já são capazes de escrever ensaios académicos, delinear romances e até programar. O sucesso do chatbot abriu uma corrida para disponibilizar novos programas de conversa com inteligência artificial.

Em Fevereiro, tanto a Google como a Microsoft anunciaram programas de conversa inteligentes para ajudar as pessoas a navegar a informação na Internet. Até agora, porém, apenas o Bing, da Microsoft, estava disponível para testar.

Com o lançamento do Bard, o objectivo da Google é receber feedback de utilizadores sobre o programa de conversa para voltar a ganhar terreno à Microsoft, uma das grandes investidoras da Open AI, que criou o popular chatbot ChatGPT.

Questionado pela Reuters sobre o ambiente competitivo, Jack Krawczyk, director de produto sénior da Google, frisa que a empresa está focada nos utilizadores. Existem também várias diferenças face ao Bing, da Microsoft, e ao ChatGPT, da OpenAI.

Numa demonstração do Bard (bard.google.com) à Reuters, Krawczyk mostrou que o Bard inclui uma funcionalidade que permite ver três versões diferentes ou "rascunhos" de qualquer resposta. Há também um botão ("Google it"), caso um utilizador queira incluir resultados da pesquisa na Internet.

A exactidão, no entanto, continua a ser uma preocupação. "O Bard nem sempre acerta", lê-se num aviso do programa da Google. Por exemplo, na demonstração com a Reuters, o Bard produziu nove parágrafos de texto quando lhe foi pedido que criasse quatro.

Em Fevereiro, a versão de demonstração do chatbot também se enganou no telescópio responsável pela primeira fotografia de um planeta fora do sistema solar (exoplaneta) – o lapso foi apanhado pelo astrofísico Grant Tremblay e partilhado no Twitter.

"Conhecemos as limitações da tecnologia, e por isso queremos ser muito deliberados no ritmo a que lançamos isto", frisou Krawczyk.

O Bing, da Microsoft, também se engana em alguns temas. Kevin Scott, o líder de tecnologia da Microsoft, explica que a empresa optou por testar o Bing publicamente, com utilizadores de todo o mundo (há uma lista de espera) para ser mais transparente sobre o processo de criação destes sistemas. “[Há] coisas que seriam impossíveis de descobrir num laboratório”, disse Scott, em declarações ao New York Times, aquando o lançamento do programa.

Esta terça-feira A Microsoft adicionou o Criador de Imagens do Bing ao seu motor de busca. O sistema depende de uma versão avançada do DALL∙E, um modelo de inteligência artificial da OpenAI criado para gerar imagens digitais a partir de pedidos por escrito. A ilustração deste artigo, por exemplo, surgiu a partir do pedido "um robô a ler um jornal, em formato de BD".