Produtor duriense lança marca N2 e mochila térmica em cortiça para vinho
São apresentados, a partir deste domingo, na importante feira alemã ProWein, os vinhos N2 e uma mochila de cortiça para os transportar na “única estrada nacional que une Portugal”.
A acompanhar o lançamento de uma nova marca de vinhos, a N2 — de Estrada Nacional —, José Alves, proprietário da Quinta da Rede (Mesão Frio) e da Casa de Cambres (Lamego), no Douro, criou, com a ajuda da M&A Creative Agency, e em parceria com a Amorim, uma mochila térmica feita de "restos de cortiça" que pode ser utilizada também como garrafeira ou centro de mesa. Ambas as novidades estão a ser apresentadas esta semana na ProWein, o mais importante evento comercial do sector vitivinícola a nível mundial, em Düsseldorf, Alemanha.
"O solar de Cambres [enoturismo, actualmente fechado para obras de renovação] confina com a N2 ao Km 96, em Cambres, no concelho de Lamego. A N2 começou a ser construída em 1945 e une os portugueses de Chaves a Faro, é a estrada mais longa da Europa e fez com que se desenvolvessem todas as terras por onde passa", começa por explicar o produtor, outrora enólogo e depois comercial e, nesses tempos, um utilizador diário da famosa nacional ("trabalhei em Valpaços e utilizava a N2 por Vila Pouca [de Aguiar], ainda não havia A4").
A M&A Creative Agency, de Anadia e onde os clientes do mundo do vinho já representam 50% do negócio, já trabalhava com a marca Quinta da Rede, numa relação longeva e cúmplice, quando surgiram os vinhos N2 (três DOC Douro colheitas: tinto de 2019, branco e rosé de 2021). Luís Marques, sócio da empresa que está no top cinco das agências criativas portuguesas a trabalhar no sector do vinho, é motard e só imaginava os rótulos assim.
Rótulos com a imagem das duas rodas, daquelas duas rodas. "Odeio andar com malas na mota. E lembrei-me: se fosse eu que ali passasse e quisesse parar num ponto para marcar um passaporte e levar essas garrafas, como é que fazia? Eu ando sempre com uma mochila, mas na minha mochila as garrafas iam sempre a bater umas nas outras."
Do brainstorming com o cliente, saiu a ideia de utilizar também as imagens da bicicleta e da carrinha 'pão de forma', veículos que hoje pertencem ao imaginário retro. "O que é que se faz na N2? Passeia-se. Nos rótulos, vemos uma mota – a antiga fábrica da Sache era aqui –, bicicletas – as bicicletas estão aqui à frente, a Decathlon é aqui –, e a caravana, também ao estilo retro", explicou ao Terroir Luís Marques quando visitámos a agência.
Há uns dias, ainda não estava pronto o conjunto de rótulos para os dois Reserva, tinto e branco, já engarrafados e que adensam um portefólio que ficará completo daqui a algum tempo com um tinto grande reserva. Mas José Alves adianta o que está na calha: um Citroen Dyane 2CV (o seu primeiro carro), uma Harley Davidson e um Rolls Royce.
A mochila, com patente pendente, é feita com "aproveitamento de restos de cortiça" e permite uma "utilização posterior": a peça maior, com três divisórias a pensar na garrafa bordalesa (cujo peso é mais distribuído do que o modelo Borgonha, tornando-a mais estável), pode servir de garrafeira se empilharmos várias mochilas; o fecho da mochila, de encaixar e que fica seguro pelas correias de pele amovíveis da mochila, dá para colocar frutos secos ou um arranjo floral num centro de mesa.
Para além da mochila de cortiça, que demorou um ano a ser desenvolvida e cujo protótipo foi mostrado pela primeira vez na edição deste ano da Bolsa de Turismo de Lisboa (e "assinado por Marcelo Rebelo de Sousa, conta José Alves), a N2 terá "também uma mochila de pano, com algum isolamento térmico". A ideia, explica o empresário, é "aproveitar desperdícios têxteis" e, dentro, utilizar "uma divisória em cartão". "Retiram-se garrafas e o cartão e a mochila é reutilizável."
Os Colheita da N2 têm um PVP de 7 euros, a mochila ainda não tem um valor fechado, mas José Alves avança que será sempre vendida num pack com três dos vinhos da nova marca, que também lançará vinho em lata em breve. Na Casa de Cambres, há sala de provas e as visitas (e harmonizações) são por marcação.