Bispo do Porto afasta três padres suspeitos de abuso sexual de menores

A lista continha 12 nomes (dos quais quatro morreram e um já não pertence à diocese). Dos restantes sete padres, três foram agora suspensos. Diocese não esclarece, porém, o futuro dos restantes cinco.

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D. Manuel Linda (à direita) seguiu o exemplo do bispo de Évora (à esquerda) que foi o primeiro a afastar padres suspeitos Rui Gaudêncio (arquivo)

O bispo do Porto, D. Manuel Linda, decidiu afastar temporariamente três padres da diocese de toda a actividade pastoral cujos nomes constavam da lista de suspeitos fornecida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

Da lista constavam os nomes de sete clérigos ainda no activo. Inicialmente, o bispo optou por mantê-los em funções por não ter encontrado, nos arquivos diocesanos, qualquer indício de possíveis crimes de abusos. Mas D. Manuel Linda garantiu logo na altura, num comunicado divulgado no dia 10, que não hesitaria em suspender preventivamente os padres se, entretanto, aparecessem “indícios fiáveis” do comportamento criminoso.

Foi isso que acabou por acontecer a três dos padres suspeitos.

A diocese não especificou, porém, que encaminhamento foi dado aos restantes cinco clérigos vivos cujos nomes constam igualmente da lista de suspeitos. Esta continha um total de 12 nomes, mas dois dos padres visados já morreram e um quarto "já não pertence à diocese".

A par da diocese de Lisboa, o Patriarcado de Lisboa, que recebeu uma lista com um total de 24 nomes de suspeitos de abuso sexual de menores, optou por não afastar para já os cinco sacerdotes que, daquele universo, continuam no activo. Em comunicado, o patriarcado alegou não ter em sua posse elementos que permitam fundamentar a respectiva proibição do exercício público do ministério, dizendo a estar a aguardar a resposta "com carácter de urgência" da comissão independente ao pedido de novos esclarecimentos que lhe foi endereçado.

Para além dos cinco padres no activo, a lista entregue ao cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente, continha os nomes de oito padres que já morreram, de quatro "desconhecidos", um leigo, um padre que já abandonou o sacerdócio, dois padres "doentes e retirados" e, finalmente, três padres sem qualquer nomeação.

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