Sporting elimina Arsenal e segue em frente na Liga Europa

Adán foi o herói da qualificação “leonina” às custas do líder da Premier League inglesa.

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A festa dos jogadores do Sporting com a vitória sobre o Arsenal,A festa dos jogadores do Sporting com a vitória sobre o Arsenal Reuters/JOHN SIBLEY,Reuters/JOHN SIBLEY
Edwards teve uma das grandes oportunidades do Sporting no Emirates
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Edwards teve uma das grandes oportunidades do Sporting no Emirates Reuters/DAVID KLEIN

Não são poucas as vezes em que o Sporting tem ficado com as vitórias morais, enquanto os triunfos reais ficam para o adversário. Não desta vez. Perante o Arsenal, líder da Premier League inglesa e provável futuro campeão britânico, os “leões” ficaram desta vez com a vitória real, apurando-se para os quartos-de-final da Liga Europa, vencendo no desempate por penáltis (5-3) no londrino Emirates depois de um empate (1-1) no final de 120 minutos. Depois de ter empatado há duas semanas em Alvalade, o Sporting dominou, sofreu, voltou a dominar e voltou a sofrer. E saiu por cima, com um momento de inspiração de Pedro Gonçalves e vários desses momentos para António Adán.

O Sporting entrou sem medo. A jogar no risco, no limite do erro, a fazer dos duelos individuais a forma de ganhar superioridade territorial. E o Arsenal talvez não estivesse à espera disto. Durante os primeiros 15 minutos, o jogo foi dos “leões”, com mais passes, mais posse de bola, risco total e zero erros. E neste período, quase chegou ao golo, numa jogada individual de Francisco Trincão, que, de pé esquerdo, atirou à baliza, com a bola a passar perto do poste.

Um bom sinal e boas sensações para a equipa de Rúben Amorim, mas os “gunners” conseguiram libertar-se das amarras e quase chegaram ao golo aos 16’. Cruzamento de Jorginho e Gabriel Jesus obriga Adán a sua primeira grande defesa da noite.

Os “leões” começavam a quebrar, também porque o Arsenal, que voltava a ter Fábio Vieira de início, conseguia ter mais bola e era rápido na circulação ao primeiro toque, evitando as bolas divididas.

E o golo não tardou. Aos 19’, bola longa na direcção de Gabriel Martinelli, Esgaio falha a intercepção, e o internacional brasileiro avança na direcção da área. Adán ainda consegue desviar o remate, mas, na recarga, Granit Xhaka, acerta no alvo. Os “gunners” ganhavam vantagem na eliminatória e, principalmente, o ascendente emocional no jogo.

O Arsenal bem tentou cavalgar esse momento. E o Sporting passou um mau bocado, atrapalhado com as movimentações londrinas, a chegar atrasado aos lances. Esporadicamente, o Sporting ainda conseguia incomodar, como num lance aos 28’, bola longa de Adán para Edwards, mas o britânico só consegue acertar em Zinchenko. Do outro lado, aos 30’, Gabriel Jesus quase dobrou a vantagem do Arsenal, num remate rasteiro já dentro da área, que Adán conseguiu ir buscar junto ao poste.

Já perto do final da primeira parte, os “leões” conseguiram recuperar alguma compostura no jogo e chegaram ao intervalo como tinham começado o jogo, a ganhar as divididas e a colocar o Arsenal em sobressalto. Um par de arrancadas de St. Juste da sua defesa até à área contrária expuseram algumas fragilidades do processo defensivo dos “gunners”. Ultrapassando a pressão alta, havia espaço para progredir. E, mesmo antes do intervalo, o Sporting esteve mais perto que nunca do empate, com um remate do excelente Ugarte que passou a rasar o poste da baliza de Ramsdale.

Foi com o mesmo “mindset” que os “leões” saltaram para a segunda parte. A jogar no risco, mas com um extra, alguém que ainda não tinha aparecido. Durante os primeiros 45 minutos, Pedro Gonçalves foi engolido pelo meio-campo dos “gunners”, mas reapareceu como um tubarão, a dar ao Sporting outra chegada à área dos londrinos.

Avancemos até aos 61’. Paulinho ganha uma bola no meio-campo e a jogada vai parar a Pedro Gonçalves, a quem também chamam Pote. Poucos metros depois da linha do meio-campo, o médio “leonino” é atacado por um raio de inspiração. Olha para a frente, olha para a bola e pé direito nela. A bola sobe, sobe e desce rapidamente. A única coisa que Ramsdale conseguiu foi fazer companhia à bola dentro da baliza. Era um empate mais do que merecido para o Sporting. E com um golo a fazer concorrência à “letra” de Nuno Santos poucos dias antes.

Desta vez, o Sporting não quebrou. Os “leões” tentaram construir sobre o golo do empate e estiveram perto do 1-2 por duas vezes. Das duas, a perdida mais escandalosa pertenceu a Edwards aos 72’. Isolado por Esgaio, o britânico acertou na cabeça de Ramsdale e a bola foi para fora.

Foi o mais próximo que o Sporting esteve de passar para a frente da eliminatória nos 90 minutos e, diga-se, o Arsenal esteve muito longe da área de Adán. E com tudo empatado, o jogo foi para prolongamento. Nesta altura, já não chegava a vitória moral de fazer sofrer o líder da Premier League. Só a vitória e o apuramento seria plenamente satisfatório para o Sporting.

Os “leões” não conseguiram transportar o domínio para o tempo extra. E foi o Arsenal a ter as melhores oportunidades, principalmente num mau passe atrasado de Essugo que foi interceptado por Trossard. O belga ficou na cara de Adán, mas o espanhol conseguiu desviar o remate para o poste. E foi a Adán a segurar o empate aos 117’ num cabeceamento de Gabriel Magalhães. E no canto que se seguiu, foi Diomandé a tirar em cima da linha novo tiro do central brasileiro do Arsenal.

Aos 118’ os “leões” ficaram fragilizados com a expulsão de Ugarte – viu o segundo amarelo por falta sobre Saka. O Sporting estava outra vez obrigado a sofrer, desta vez com menos um. Sofreu mais três minutos e levou o jogo para os penáltis. Ninguém do Sporting falhou e Adán voltou a ser o herói.

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