Homem mata ex-mulher na Maia e suicida-se

Porta-voz do Comando Metropolitano da PSP do Porto diz que já tinha havido queixa por violência doméstica, mas fora arquivada.

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O homem de 65 anos que matou a ex-mulher e depois disparou contra si próprio acabou por morrer no Hospital de São João, no Porto Paulo Pimenta

Chamava-se Conceição Ferreira, mas os familiares e os amigos chamavam-lhe “Sãozinha”. Esta terça-feira à noite, ao chegar à sua casa, na Maia, foi surpreendida pelo ex-marido com uma arma em punho. O homem disparou sobre o seu peito. Virou depois a caçadeira para si próprio e tornou a disparar.

O alerta soou pelas 22h30 no quartel dos Bombeiros Voluntários de Pedrouços. Accionado o Instituto Nacional de Emergência Médica, à Rua Pedro Ivo depressa chegou também uma equipa dentro de uma viatura médica de emergência e reanimação.

De acordo com o porta-voz do Comando Metropolitano da PSP do Porto, presente no local, o óbito da mulher, de 63 anos, foi declarado ali. O ex-marido, de 65, ainda foi conduzido para o Hospital de São João, no Porto. Morreu já naquela unidade hospitalar decorrida menos de uma hora.

Pouco antes de atacar a ex-mulher, o homem já tinha ido à casa da filha mais nova e "efectuado alguns disparos". “Não temos registo de danos”, diz o porta-voz da PSP, sem adiantar mais detalhes.

Segundo a mesma fonte, aquela família não era desconhecida das autoridades. Já houvera denúncia de violência doméstica. No entanto, esse processo fora arquivado. A Polícia Judiciária assumiu agora a investigação, uma vez que aquele órgão tem competência exclusiva em matéria de homicídios.

No ano passado, conforme estatística divulgada pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, em Portugal 24 mulheres, zero homens e quatro crianças foram mortas num contexto de violência doméstica. No ano anterior, 16 mulheres, cinco homens e duas crianças. Este ano, pelo menos três mulheres foram vítimas de femicídio.

No dia 22 de Fevereiro, uma mulher de 43 anos foi morta no centro de Gondomar e volvidas algumas horas o suspeito, de 47, entregou-se numa esquadra de Vila Nova de Gaia. Ele tinha uma ordem de afastamento, usava pulseira electrónica, e ela fora alertada pela equipa da vigilância electrónica da sua aproximação, mas julgara-se em segurança, no seu local de trabalho, uma dependência de seguros. Alcançou-a e esfaqueou-a.

No dia 8 de Fevereiro, uma mulher de 31 anos foi violentamente agredida pelo marido, de 30, em Benfica, Lisboa, à frente dos filhos de cinco e doze anos. Quando o socorro chegou, a mulher estava em paragem cardiorrespiratória. Foi transportada para o Hospital de Santa Maria, onde veio a morrer. Praticante de artes marciais, o marido ter-lhe-á aplicado uma chave de braços asfixiante conhecida como mata-leão. Também neste caso já tinha havido queixa de violência doméstica.

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