Primavera a chegar, Via Algarviana em flor. Os sete novos percursos da grande rota gerida pela Associação Almargem, que cruza mais de 300km de Algarve para dar a conhecer a região para além do sol e mar, espraiam-se pela serra de Monchique, pela "paisagem serrana do interior de Alcoutim" e na "companhia do rio Arade". Estas novas redescobertas passo a passo da natureza, cultura e gentes do Algarve contam também como novos apoios informativos, incluindo guias e uma aplicação.
Por Monchique, os novos percursos pretendem ser verdadeiras âncoras para o futuro de um território marcado tanto pela desertificação como por sucessivos incêndios - o último grande fogo foi em 2018 e as suas consequências persistem. Os troços agora sinalizados, já homologados e prontos a serem percorridos, "foram criados no âmbito do programa Revitalizar Monchique", que reúne várias entidades, "com o intuito de apostar no potencial do turismo de natureza no concelho e ajudar à recuperação económica".
“A ideia não é ocultar o incêndio das pessoas, mas mostrar que, para além deste, há muita vida, há muito para conhecer, usufruir”, dizia-nos Anabela Santos, coordenadora da Via Algarviana, no Outono passado, quando pusemos pés ao caminho por alguns destes passeios revitalizantes, com epicentro em Alferce, a freguesia mais afectada pelos fogos. São três pequenas rotas: Percurso das Hortas com uns 8km à volta da vila por entre hortas, bosques e pomares; Pelos Caminhos de Alferce (7,8 km); e Entre o Vale e o Castelo de Alferce (7,2 km). E duas ligações: de Monchique a Alferce por caminhos centenários; e um trilho florestal que permite um desvio até "às melhores vistas do Algarve", as da Picota.
Outra das novidades da Via Algarviana também está de corpo e alma nesta serra. É o novo Guia de Percursos Pedestres de Monchique, formato A5, com todas as informações e mapas, a ser lançado ainda durante o mês de Março.
Para lá do sobe-e-desce de Monchique, há novidades por Alcoutim, Lagoa e Silves. No primeiro caso, é a Ligação 8 – de Vaqueiros a Martim Longo (para boas pernas: 18,70 km), por "aldeias, pequenas hortas e linhas de água", com "vistas largas do alto dos cerros, matagais densos de estevas, azinhais e sobreirais". Já no segundo, é a Ligação 9 (15,8 km) - Da estação de comboios do Parchal (às portas de Portimão) por terras de Lagoa e até Silves – aqui, promete-se que "as surpresas são muitas" para amadores neste Algarve: além dos laranjais, "sapais, paisagens de vinha e o Arrozal de Nossa Senhora do Rosário" (paraíso de aves), o parque Sítio das Fontes, até à icónica cidade de Silves.
A ajudar a desbravar todo o interior algarvio, o que já está disponível é a nova aplicação móvel, lançada no início do ano. Permite seguir os "itinerários no mapa, mesmo em locais sem rede", é grátis e a app tem versões Android e iOS.
Mais um auxiliar fresquinho: a reedição do Guia da Via Algarviana e em cinco idiomas (português, inglês, francês, alemão e holandês).
Todas as informações e materiais para descarregar estão disponíveis no site oficial, além de que a Via Algarviana vai marcar presença no decano Walking Festival Ameixial, que regressa em Abril ao concelho de Loulé.