Líder da oposição bielorrussa condenada a 15 anos de prisão
Svetlana Tikhanouskaia e outros quatro activistas políticos foram condenados por traição e conspiração contra o regime de Lukashenko.
A líder da oposição bielorrussa e ex-candidata presidencial, Svetlana Tikhanouskaia, foi condenada a 15 anos de prisão pelos crimes de traição e “conspiração para tomar o poder”. Para além de Tikhanouskaia, outros quatro elementos da oposição ao regime de Alexander Lukashenko também foram condenados a penas pesadas em casos vistos como parte de uma perseguição política alargada.
Tikhanouskaia está exilada na Lituânia há quase três anos e foi julgada à distância, tal como os outros membros da oposição. Fugiram da Bielorrússia no Verão de 2020, depois de uma campanha de forte repressão por parte das autoridades na sequência de uma onda de protestos contra o regime. Em causa estavam as denúncias de fraude eleitoral durante as eleições presidenciais em que participaram Lukashenko e Tikhanouskaia, ganhas pelo homem que governa a Bielorrússia há quase três décadas.
O tribunal de Minsk considerou que os cinco políticos conspiraram para derrubar o Governo, fundaram e lideraram um “grupo extremista”, promoveram actos de ódio e puseram em causa a segurança nacional.
Tikhanouskaia, uma professora de Inglês que se tornou candidata depois de o marido ter sido impedido de concorrer às eleições, disse que o julgamento foi uma “farsa” e revelou não ter tido acesso a qualquer documentação relativa ao caso. “15 anos de prisão. É assim que o regime ‘recompensou’ o meu trabalho em nome de mudanças democráticas na Bielorrússia”, escreveu a opositora no Twitter.
Depois das eleições de 2020, o regime de Lukashenko lançou uma enorme campanha de perseguição a qualquer voz crítica. Segundo o grupo de defesa dos direitos humanos Viasna, cerca de 1500 activistas políticos estão actualmente presos na Bielorrússia.
Ainda na semana passada, o activista político Ales Bialiatski, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2022, foi condenado a dez anos de prisão por ter financiado “actividades que violaram grosseiramente a ordem pública”.
O marido de Tikhanouskaia, Syarhey Tikhanouski, já tinha sido condenado a 18 anos de prisão e viu recentemente a sua pena prolongada por mais 18 meses.