Liverpool esmaga Manchester United com goleada histórica: 7-0
Cody Gakpo, Darwin Núñez e Mohamed Salah bisaram no triunfo improvável dos “reds”, que se aproximam do pódio da Premier League.
O Liverpool alcançou neste domingo uma goleada tão improvável quanto histórica frente a um Manchester United que estava em recuperação. Em Anfield Road, os "reds" venceram por 7-0 (sim, 7-0), na 26.ª jornada da Premier League, e relançaram a luta pelo pódio da Premier League, com a agravante de terem infligido um duríssimo golpe a um rival directo.
Cody Gakpo começou por ser a figura da partida, alternando movimentos com Darwin Núñez e Mohamed Salah na frente de ataque. O avançado neerlandês inaugurou o marcador aos 43', após uma excelente diagonal a explorar a profundidade, e o intervalo chegou com 1-0.
Nada fazia prever o que aconteceu na segunda parte, porém. Depois de 45 minutos de equilíbrio e sem grande caudal de ocasiões de golo, a enxurrada do Liverpool arrastou o Manchester United pelo relvado. Aos 47', Darwin Núñez cabeceou para o 2-0, após passe de Harvey Elliott; aos 50', Gakpo bisou com uma excelente desmarcação e finalização de classe; aos 67', Salah juntou-se à lista de marcadores com um remate de primeira, em zona central.
O pesadelo do United, que levava uma série de 11 jogos sem derrotas, ainda não tinha terminado. Darwin bisou no encontro com novo golpe de cabeça, após cruzamento da esquerda, Salah não quis ficar atrás dos companheiros de sector e, num lance confuso, já com Diogo Jota em campo (e na jogada), também chegou ao segundo golo. E, antes do apito final, até Roberto Firmino, lançado aos 79', deixou marca no jogo (88').
Nos últimos 20/25 minutos, o Manchester United deixou de ser uma verdadeira equipa e o resultado avolumou-se. Para que se perceba a dimensão da débacle, basta dizer que este desfecho iguala as derrotas mais pesadas da história dos "red devils" no campeonato: perderam com o Blackburn (em 1926) e com o Aston Villa (1930), também por 7-0. Algo que já não acontecia há... 93 anos.
E para os adeptos do United que pensavam que, diante de um rival histórico, nada poderia ser pior do que aquilo que aconteceu a 24 de Outubro de 2021, em Old Trafford (derrota por 0-5, na jornada 9), pois bem, enganaram-se. Num jogo em que o Liverpool enquadrou oito remates com a baliza, concretizou cinco - uma elevadíssima taxa de aproveitamento. E mesmo com Alisson num período de menor confiança (voltou a vacilar um par de vezes no jogo de pés), os visitantes não foram capazes de, pelo menos, reduzir a expressão do desaire.
Vai ser dura a ressaca para Erik ten Hag, que parecia ter encontrado a fórmula da estabilidade, num United que não perdia desde 22 de Janeiro (3-2 com o Arsenal) e que escalara até ao terceiro lugar da classificação - e que recentemente eliminou o Barcelona na Liga Europa. Que tipo de mossa fará esta derrota só o tempo dirá, mas os próximos dias serão de exigência europeia, com o Betis pelo caminho nas provas da UEFA.
"Creio que fizemos uma primeira parte bastante decente. Cometemos apenas um erro em organização antes do intervalo. Na segunda parte, simplesmente não fomos nós. Não são estes os nossos padrões. Não jogámos como equipa. Fomos pouco profissionais. Sim, estou zangado, sem dúvida", reagiu o treinador neerlandês, citado pela BBC Sport.
Para o Liverpool, esta goleada poderá ser um tónico para outro nível de regularidade no rendimento. Desde o longínquo mês de Outubro que a equipa não consegue três vitórias seguidas, mas a verdade é que não sofre golos há cinco partidas e está agora a três pontos apenas do quarto lugar (ocupado pelo Tottenham) - que dá acesso à Champions - e com um jogo em atraso.
Ao mesmo tempo, vê alguns elementos nucleares darem indicações de subida de forma. Um deles é Mohamed Salah, que a dois passes decisivos juntou, neste domingo, dois golos, tornando-se assim no melhor marcador da história do Liverpool, com um total de 129 (ultrapassou Robbie Fowler). E o egípcio é especialmente produtivo diante do United, adversário ao qual já marcou 11 golos, proeza sem paralelo no currículo dos "reds".
"É muito especial ganhar um jogo desta forma. Temos de manter-nos humildes e ganhar os nossos jogos. Esperemos que isto nos dê um impulso", resumiu Mo Salah, sem esconder a satisfação pelo recorde que bateu. "É muito especial, não vou mentir. Consegui-lo diante do Manchester United é inacreditável".