Tempestade Perfeita, sempre!
Reposição do dinheiro das obras do Hospital Militar de Belém começa até ao fim do ano.
Nestes tempos é inevitável. Falar de Defesa remete para um hospital. Foi assim que veio à baila esta tarde na audição regimental da ministra Helena Carreiras no Parlamento a operação Tempestade Perfeita, petit-nom com que o Ministério Público (MP) baptizou as investigações às contas do Hospital Militar de Belém.
“Para quando a reposição dos pagamentos?”, indagou João Paulo Oliveira, deputado do PSD, referindo-se à diferença entre os 750 mil euros orçamentados para a obra do hospital e os 3,2 milhões finais da empreitada. Foi esta derrapagem, desmando ou falta de rigor que motivou investigações da Inspecção Geral da Defesa Nacional, do Tribunal de Contas e, finalmente, do MP.
“O PSD vira o disco e toca o mesmo”, respondeu a bancada do PS. “O PSD não desiste, está a cumprir o seu mandato”, insistiu João Paulo Oliveira. Se a metáfora do parlamentar Diogo Leão não foi original, desta troca de palavras entre a maioria absoluta socialista e o primeiro partido da oposição, fez-se luz.
A diferença de 2,4 milhões de euros entre o estipulado e o pago tem um plano de pagamentos. “Até ao final do ano, vão ser repostos 1,6 milhões de euros, e há um plano de reposição do restante montante”, garantiu a ministra.
Quanto ao futuro do Hospital Militar de Belém, sem centro covid-19 e que já não abriga os refugiados afegãos que foram os seus últimos inquilinos, Helena Carreiras foi cauta. “Há várias opções em aberto, mas não prevemos mais investimentos no edifício”, disse. Aguarda-se projecto do Estado Maior General das Forças Armadas.