42 quilómetros. Três caminhos. 21 pontos de interesse. Dois municípios. São os números base do Caminho dos Monge, que serpenteia por terras de Lamego e Tarouca, no distrito de Viseu. O projecto final foi apresentado publicamente este fim-de-semana e é anunciado como o "o maior em Portugal da Ordem de Cister".
Envolvendo os dois municípios, tem "cerca de 19 Km no concelho de Lamego e 23 km no concelho de Tarouca", reparte-se na informação oficial, devendo ser "também implementados mais três caminhos complementares de acesso", cada um com cerca de 10km. O mote é simples: "Um Caminho único e milenar que o vai transportar para outros tempos".
O "renascer" do trajecto parte de "um caminho que existe há centenas de anos", afirmou o vice-presidente da Câmara Municipal de Tarouca, citado pela Lusa, sublinhando que "este não é aquele caminho tão comercial". José Damião de Melo, citado pela Lusa, falava à margem de uma apresentação oficial do Caminho dos Monges, que decorreu no sábado no Mosteiro de São João de Tarouca.
É neste mosteiro que o caminho se inicia, "e de onde partiam os monges para plantarem as vinhas que hoje são património mundial". "O nosso vinho do Porto tem origem nestas terras", sublinhou ainda Melo. O percurso termina na ponte metálica, do rio Douro, em Lamego.
"É a primeira grande rota" e percorre "a maior parte do nosso território, pelas margens do nosso [rio] Varosa", referiu ainda o responsável. Por aqui, não falta "património, pontes com séculos, pontes românicas, paisagens únicas e experiências diferenciadoras". "Não é só um caminho, é uma experiência", realça.
A experiência, como se destaca na informação do Caminho, passa por "descobrir o Mosteiro de S. João de Tarouca, conhecer a Portagem Medieval da Ponte e Torre de Ucanha, apreciar o imponente Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, visitar a Capela de S. Pedro de Balsemão, percepcionar a singularidade das primeiras instalações da Companhia Hidroeléctrica do Varosa, percorrer o traçado da épica linha de caminho-de-ferro entre Régua e Lamego e contornar a Quinta do Mosteirô". E o que não falta por aqui é uma "paisagem arrebatadora".
Boas vistas, monumentos únicos, gastronomia e vinhos de excelência são algumas das mais-valias de um caminho que para ser completado com plenitude deverá ser feito em alguns dias. O que é, acrescenta ainda Damião de Melo "uma oportunidade e um estímulo para a economia local" dos dois municípios.
O investimento foi de cerca de 350 mil euros, financiado pelo Turismo de Portugal em 200 mil, sendo o restante foi dividido por igual pelos dois municípios, explicou o vereador.
O Caminho dos Monges já tem site oficial e em breve terá uma app.