Cem militantes do Chega e do Aliança regressam ao CDS
Nuno Melo considera ser um “sinal” de que o partido “continua a ser atractivo”
Cerca de cem ex-militantes do CDS, que saíram para integrar o Chega e o Aliança, vão voltar ao partido liderado por Nuno Melo, segundo fonte oficial centrista. A iniciativa tenta contrariar a ideia lançada pelo líder do Chega, André Ventura, de que o seu partido absorveu "completamente" os activos do CDS.
“São pessoas que estão a voltar, que foram ao engano, que perceberam que o CDS é um espaço de democracia”, afirma ao PÚBLICO Nuno Melo, lembrando que definiu o partido como “a grande casa das direitas, um espaço democrático e de sensatez”.
Algumas dezenas dos cerca de cem militantes que agora regressam ao CDS vão estar na próxima sexta-feira à noite na tomada de posse dos órgãos da distrital do Porto e de algumas das suas concelhias.
Apontando este como um “momento político relevante”, Nuno Melo considera que o regresso destes activos do partido “é um sinal de que o CDS continua a ser um partido atractivo” e que reflecte o “esforço para devolver ao CDS o lugar que ocupa na democracia portuguesa”.
O líder do CDS rejeita a ideia de que o partido tenha sido “completamente engolido pelo Chega”, como alegou André Ventura em recente entrevista ao semanário Sol. “Mantemos 40 mil militantes e há gente a filiar-se”, refere, sublinhando que isso contribui para a “inversão de um ciclo que é difícil.” Ao mesmo tempo, Nuno Melo tem sublinhado a falta que o CDS faz na Assembleia da República, ao defender que o Chega é "um partido de protesto" e que a Iniciativa Liberal é um partido de "centro-esquerda" como os seus congéneres europeus.
Sem representação parlamentar desde há um ano, o CDS tem lutado contra dificuldades financeiras e com uma redução da exposição mediática, mas tem a ambição de voltar a eleger deputados nas próximas legislativas. Para já, o partido terá pela frente a meta de manter um deputado no Parlamento Europeu (que actualmente é o próprio Nuno Melo) nas europeias de 2024.