FC Porto sofreu, mas venceu o Rio Ave
Com muitas baixas, os “dragões” sentiram dificuldades para ultrapassar a equipa de Vila do Conde, mas não deixaram fugir o décimo triunfo consecutivo.
A exibição voltou a não ser deslumbrante, mas, numa fase da temporada em que a margem de erro é quase nula, o FC Porto continua a coleccionar vitórias. Após derrotar em Alvalade o Sporting e antes de começar a disputar os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, os portistas sentiram dificuldades para ultrapassar o Rio Ave, mas um golo de Toni Martínez garantiu o objectivo número um dos portistas: vencer a equipa de Vila da Conde (1-0) e passar a responsabilidade para o lado do líder Benfica.
Na melhor sequência da época – nove vitórias consecutivas - e a quatro dias de começar a discutir em Milão, com o Inter, a presença entre as oito melhores equipas da Liga dos Campeões, Sérgio Conceição teve problemas q.b. para formar o puzzle dos 11 jogadores que iniciaram o encontro com o Rio Ave.
Sem Fábio Cardoso, Otávio, Uribe, Veron, Galeno e Evanilson, o treinador do FC Porto procurou capitalizar as ausências com a ajuda dos portistas - “Não tendo gente para completar o banco, peço que o 12.º jogador seja o público. Se há dia em que vamos precisar de apoio é este". Mas, mesmo limitado, Conceição tinha trunfos ofensivos que colocavam qualquer rival em alerta: jogando em 4x3x1x2, os “dragões” tinham Pepê no apoio directo a Taremi e Toni Martínez.
Com a medalha de ter sido a única equipa que conseguiu na I Liga 2022/23 vencer o FC Porto fora do Estádio do Dragão, o Rio Ave entrou em campo com algum conforto - nove pontos de vantagem sobre o antepenúltimo -, e, até Toni Martínez quebrar o gelo da exibição portista na última jogada da primeira parte, foram os vila-condenses que construíram as oportunidades de maior perigo.
Tendo mais bola na metade inicial da primeira parte, o FC Porto mostrou sempre dificuldade para contornar o bom rigor defensivo rioavista e, com Jhonatan Luiz a ter uma noite mais tranquila do que era esperado, foi Diogo Costa que teve que se aplicar.
O guarda-redes portista apanhou o primeiro grande susto aos 23’, quando um fora-de-jogo de Boateng impediu que André Pereira marcasse à equipa com quem teve contrato antes de se transferir para o Vila do Conde e, a partir daí, quase só deu Rio Ave.
Com o FC Porto a mostrar alguma intranquilidade, a equipa de Luís Freire esteve por três vezes perto de marcar – Samaris, aos 29’; Guga, aos 30’ e 35’ -, mas quando parecia que o intervalo seria uma boa notícia para os “dragões”, Toni Martínez mostrou que eficácia: no único remate enquadrado dos portistas na primeira parte, o espanhol marcou pela segunda vez esta época ao Rio Ave.
A exibição assim-assim na primeira parte não terá, com toda a certeza, agradado a Sérgio Conceição, mas a conversa do treinador com os seus jogadores no balneário não provocou grandes novidades no filme do jogo.
Embora com mais presenças nas proximidades da baliza de Jhonatan Luiz, o FC Porto na segunda parte continuava a não conseguir ter um ascendente claro sobre o adversário e, sempre que tinha oportunidade, o Rio Ave colocava arrepios nos adeptos portistas: aos 58’, Emmanuel Boateng apareceu com muito perigo no interior da área, mas o internacional ganês acertou nas redes laterais da baliza.
Aos 75’, foi Leonardo Ruiz que esteve perto de aproveitar uma rara falha de Diogo Costa - Zaidu resolveu o problema para os “azuis e brancos” – e, com o clima tenso, a genialidade de Pepê quase colocou um ponto final na incerteza no Dragão, mas Danny Namaso deixou-se antecipar por Pantalon, mantendo até ao último segundo a 10.ª vitória do FC Porto presa por arames: aos 90'+6', Boateng teve na cabeça o golo do empate.