Ministro: Rede de Arte Contemporânea é “democratização do acesso à cultura”

Andy Warhol, Helena Almeida, Kiluanji Kia Henda, ou Sara Bichão em exposição em Foz Côa.

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Pedro Adão e Silva Nuno Ferreira Santos

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva disse sexta-feira que o lançamento da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC) constitui uma nova abertura a este tipo de arte, no país, envolvendo entidades de natureza muito distinta.

"Esta medida corresponde àquilo que é a democratização do acesso à cultura", e que "tudo isto seja feito em torno da arte contemporânea", torna-se "particularmente significativo e relevante e que envolva entidades muito distintas", disse o Pedro Adão e Silva, durante a inauguração da exposição "Arte Safari", que decorreu sexta-feira à tarde em Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.

Adão e Silva vincou ainda que foram anunciadas as "primeiras entidades" de que farão parte da RPAC, da qual fazem parte 66 espaços que correspondem a 58 entidades, com uma presença em 36 concelhos do país.

"Estas entidades que foram credenciadas na RPAC poderão candidatar-se a partir do próximo mês de Abril a uma linha de financiamento de dois milhões de euros para promover a mediação e circulação de várias iniciativas ligadas à arte contemporânea durante 2023", acrescentou o ministro da Cultura.

O diploma do Governo que criou a RPAC, publicado em 11 de Maio de 2021 em Diário da República, define-a como uma plataforma de dinamização que irá promover a interacção de 120 instituições dispersas pelo país, já identificadas.

Adão e Silva explicou ainda que há muitos obstáculos à fruição cultural em Portugal, que vão desde factores socioeconómicos às barreiras geográfica, e por isso foi escolhido o Museu do Côa para o início da circulação da Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), "porque é um espaço distante das áreas metropolitanas e um território de baixa densidade [populacional], mas onde é possível promover um diálogo, entre as manifestações artísticas mais antigas que conhecemos como são as gravura do Côa e a arte contemporânea".

Por seu lado, o presidente da Câmara de Foz Côa, João Paulo Sousa, indicou que o facto de esta cidade ser escolhida para dar início à circulação da exposição da CACE, consubstancia "a dimensão cultural para o país de um território que tem dois patrimónios mundiais da humanidade", a Arte do Côa e Alto Douro Vinhateiro.

"Foz Côa é o território ideal para a fruição da arte do paleolítico e da arte contemporânea", vincou o autarca social-democrata.

A exposição Dark Safari, com mais de 40 obras de autores portugueses e estrangeiros, constitui o primeiro momento da CACE que ficará patente em dois pólos, no Museu do Côa e no Centro Cultural de Foz Côa, até 30 de Julho. A mostra conta obras de Andy Warhol, Fernão Cruz, Helena Almeida, Hugo Canoilas, Jimmie Durham, João Fonte Santa, Ana Pérez-Quiroga, Kiluanji Kia Henda, Luís Lázaro Matos, On Kawara, Sara Bichão e Tiago Baptista, entre outros artistas.