Taxa de juro dos novos empréstimos à habitação superou os 3,3% no final de 2022

Em causa os contratos celebrados entre Outubro e Dezembro de 2022. Montante médio em dívida caiu ligeiramente.

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Famílias pagam juros significativamente mais altos no crédito à habitação LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O aumento das taxas Euribor está a chegar em força aos novos contratos de crédito à habitação. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 2,715% em Dezembro para 3,307% em Janeiro, anunciou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). São mais 59,2 pontos base ou 0,592 pontos percentuais.

Para o cálculo desta taxa foram considerados os contratos celebrados entre Outubro e Dezembro de 2022, e comunicados ao INE em Janeiro, não sendo considerados os empréstimos realizados no primeiro mês do ano.

Nestes contratos mais recentes, o valor médio da prestação subiu 23 euros, para 559 euros, e o montante médio em dívida foi 126.805 euros, menos 3397 euros que em Dezembro de 2022. Esta queda ligeira poderá ser explicado pela maior dificuldade em aceder ao crédito por parte das famílias, explicada pela subida das taxas e por aumento dos spreads, margem do banco acrescida à taxa de referência.

Mas o aumento das Euribor também está a reflectir-se no conjunto dos contratos, à medida que vão sendo revistos. Para todo o universo de empréstimos, a taxa de juro implícita subiu para 2,217% em Janeiro, mais 31,9 pontos base que no mês anterior, para máximos desde Junho de 2012.

Para este último universo de contratos, o capital médio em dívida aumentou 353 euros, para 62.357 euros, e a prestação média fixou-se em 308 euros em Janeiro de 2023, traduzindo uma subida de nove euros face ao mês anterior e 54 euros (21,3%) comparativamente com Janeiro de 2022. Deste valor, 115 euros (37%) correspondem a pagamento de juros e 193 euros (63%) a capital amortizado.

Os custos com o crédito à habitação vão continuar a subir, tendo em conta a trajectória de subida das taxas Euribor.

Na sessão desta sexta-feira, os três prazos utilizados no crédito à habitação subiram para máximos de 14 anos. A Euribor a 12 meses fixou-se em 3,572%, a seis meses para 3,212%. A Euribor a três meses desceu ligeiramente, para 2,667%.

O Governo anunciou ontem uma bonificação de parte do juros em empréstimos até 200 mil euros e cujo rendimento da família se situe até 38.632 euros, mas os contornos da medida ainda não são claros.

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