“Nada sugere” que objectos voadores abatidos fossem chineses, diz Biden
As primeiras análises aos três objectos abatidos pela Força Aérea norte-americana indicam que provavelmente eram civis.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que “nada até agora sugere” que os aparelhos voadores abatidos nos últimos dias pela Força Aérea norte-americana sejam balões de espionagem enviados pela China. Ainda assim, Biden prometeu manter a vigilância dos céus do país e deixou a porta aberta para retomar o diálogo com Pequim.
No discurso que deu esta quinta-feira, Biden referiu-se aos três objectos voadores não identificados que foram abatidos nos últimos dias, mas não ao balão que foi detectado e destruído no início do mês e que foi classificado como um aparelho de espionagem chinês.
A série de incidentes que envolveram o abate de vários objectos voadores não identificados pela Força Aérea norte-americana nos últimos dias – com Washington a levantar a suspeita de que fossem aparelhos destinados a recolher informação confidencial a favor da China – veio aumentar a tensão entre os EUA e a China. O episódio foi suficiente para que o secretário de Estado, Antony Blinken, adiasse uma visita a Pequim, que seria a primeira visita de um dirigente de topo dos EUA à China em quase cinco anos.
Agora, Biden parece querer encerrar definitivamente este capítulo, depois de lhe terem chegado às mãos as primeiras análises dos objectos abatidos. “Ainda não sabemos exactamente o que eram estes três objectos, mas nada até agora sugere que estejam ligados ao programa de balões de espionagem da China, ou que sejam veículos de vigilância de qualquer outro país”, afirmou Biden, num discurso esta quinta-feira na Casa Branca.
Segundo as avaliações preliminares na posse do Presidente norte-americano, o mais provável é que os balões tivessem fins civis, fosse para investigação científica ou mesmo para “recreação”.
Biden reconheceu a necessidade de que sejam aprimorados os mecanismos e regras que permitem identificar os objectos voadores consoante o grau de risco que possam trazer para a segurança nacional. “Mas não se deixem enganar: se algum objecto representar uma ameaça à segurança do povo americano, eu irei abatê-lo”, garantiu.
Dirigindo-se à China, Biden afirmou que não quer “uma nova Guerra Fria” e acrescentou que deseja encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, para abordar o assunto, embora não tenha indicado quando poderia dar-se essa reunião. “Espero falar com o Presidente Xi e tenho esperança de que consigamos resolver isto, e não peço desculpas por ter abatido aquele balão”, afirmou.
O regime chinês negou que o balão que foi abatido a 3 de Fevereiro depois de ter sobrevoado o Montana fosse usado para espiar ou recolher informações sensíveis, descrevendo-o como um “balão meteorológico”.
Este fim-de-semana espera-se que Blinken e o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, se encontrem durante a Cimeira de Segurança de Munique para abordar o tema.
Biden esclareceu ainda que não existe qualquer sinal que aponte para um “aumento repentino do número de objectos nos céus”. “Vemo-los mais agora, em parte por causa dos passos que demos para aumentar e melhorar os nossos radares”, afirmou.