Podem ter passado décadas, mas apoio terapêutico às vítimas é “sempre” essencial
Não munir as vítimas de apoio, caso o peçam, seria “uma traição” e podia constituir uma “revitimização”. Abusadores também devem ser intervencionados.
Os números são crus: segundo o relatório final da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, a média de idades das vítimas, na altura dos abusos, aproximava-se dos 11 anos, mas a idade destas vítimas, hoje, ronda os 52. Ou seja, passaram-se décadas, muitas vezes sem que a violência a que o menor foi submetido tenha sido revelada a alguém. Significa isto que já passou demasiado tempo para as vítimas procurarem apoio? Nem pensar. “É sempre preciso intervir”, realça o psiquiatra Allen Gomes, antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia. Deixar as vítimas sem acesso a apoio seria “uma traição”, diz ainda o psiquiatra Vítor Cotovio.
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