À semelhança de outras empresas do sector, a Galp também terminou 2022 com um lucro histórico: foram 881 milhões de euros, o dobro dos 457 milhões de euros registados em 2021.

Em simultâneo com a apresentação de resultados esta segunda-feira, a Galp anunciou a venda das operações petrolíferas em Angola à Somoil – Sociedade Petrolífera Angolana (empresa detida por investidores angolanos), com um encaixe de 830 milhões de dólares (cerca de 777 milhões de euros ao câmbio actual).

A empresa agora presidida por Filipe Silva conseguiu um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 3849 milhões de euros, dos quais 298 milhões de euros vieram da actividade comercial, ou seja, essencialmente da venda de combustíveis.

A actividade industrial e de gestão de energia (onde estão os negócios da refinaria e da revenda de gás natural) obteve um EBITDA de 451 milhões de euros e o do negócio de produção de petróleo ascendeu a 3083 milhões de euros.

A menor fatia dos resultados da Galp continua a ser as energias limpas: o EBITDA das operações de solar e novos negócios foi de 50 milhões de euros.

A empresa (que tenciona recomprar 500 milhões de euros em acções aos seus accionistas em 2023) investiu 1270 milhões de euros no ano passado e viu as operações gerarem 2800 milhões de euros de capital operacional.

O capital liberto ascendeu a 1700 milhões de euros, “que cobrem duas vezes os dividendos” e a recompra de acções, assinala a empresa controlada pela família Amorim.

Este ano, a Galp contou com a cotação do Brent a rondar os 100 dólares , que permitiu à empresa extrair uma elevada rentabilidade por barril: a margem de refinação foi de 11,6 dólares. Para 2023, a petrolífera conta com o petróleo nos 85 dólares e uma margem de refinação de 9 dólares por barril (em comparação com custos de produção por barril de três dólares).

O EBITDA (já ajustado à venda do negócio angolano, que deverá ficar concluída no primeiro semestre) deverá rondar os 3200 milhões de euros, com geração de capital operacional de 2200 milhões.

Tal como em 2022, em 2023, a Galp também será chamada a pagar a taxa sobre os chamados lucros excessivos. A empresa anunciou ao mercado, em Dezembro, que o tributo sobre as “actividades de refinação e de comercialização da Galp em Portugal”, incidindo sobre os anos de 2022 e 2023, poderá ter um impacto anual de 100 milhões de euros.