Líder da IL desafia Governo a retomar caminho das parcerias público-privadas na saúde

Rui Rocha reuniu-se com a administração do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e lamentou as notícias de “degradação” do serviço desde que esta unidade deixou de ser PPP.

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Rui Rocha, o novo presidente da IL, quer o regresso das PPP na saúde LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O presidente da IL, Rui Rocha, desafiou esta sexta-feira o Governo do PS a retomar o caminho das parcerias público-privadas (PPP) na saúde, considerando não haver nenhuma razão para ter abandonado um modelo que funcionava.

Depois de uma reunião com a administração do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, que era até Janeiro de 2022 uma PPP, Rui Rocha disse aos jornalistas que tem "acompanhado com muita preocupação a sucessão de notícias que apontam para uma degradação, no período de um ano apenas, do serviço prestado" aos utentes.

"Aquilo que eu queria desafiar claramente o Governo do Partido Socialista é que retome o caminho das parcerias público privadas, sempre que se justificar - e muitas vezes justifica-se -; que o modelo das parcerias público-privadas esteja ao serviço dos cidadãos porque não há, de facto, nenhuma razão para o ter abandonado", apelou.

Não tendo "havido razões para abandonar" este regime, o desafio dos liberais é que seja retomado "e que nos locais onde haja essa possibilidade se possam fazer". "O que nós gostaríamos é que o serviço fosse um serviço adequado às populações. Ora, se nós tínhamos um modelo que funcionava, que era o modelo das parcerias público-privadas, com vantagens do ponto de vista do custo e com vantagens do ponto de vista do serviço prestado, esse modelo deveria ter sido preservado e não havia nenhuma razão para o ter abandonado para termos agora as consequências que as populações sofrem e que são evidentes", lamentou.

Segundo o líder liberal, "há uma degradação generalizada do serviço, sem que se entenda porque é que a decisão foi tomada", considerando que "os dados são objectivos".

"As questões da falta de autonomia, da rigidez dos processos, da produtividade, dos serviços prestados, que é mais baixa do que quando era uma parceria público privada, e do custo que é superior àquilo que acontecia quando era uma parceria público-privada, são dados objectivos que confirmam aquilo que depois são as percepções que vão sendo apresentadas pela população, por relatos que vamos ouvindo, por pessoas que vão falando deste tema", explicou.

Para além de "um custo maior do que havia" quando este hospital era uma PPP, Rui Rocha referiu que "há também dados de produção de produtividade do serviço prestado mais baixos do que quando era uma parceria público-privado".

"Há menos ser cirurgias a ser feitas, episódios de urgências que não são tratados devidamente, consultas que são atrasadas e, portanto, há objectivamente uma degradação do serviço prestado por este hospital às populações que serve, que aliás é reconhecido como preocupação pelos autarcas destes concelhos que são servidos pelo hospital, que muitos deles são, até do ponto de vista político, autarcas do PS que já reconheceram a degradação do serviço", disse ainda.