EUA abatem balão de vigilância chinês

Balão chinês foi abatido sobre o Oceano Atlântico, a 33 quilómetros da costa, depois de deixar o território continental dos EUA.

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O balão chinês quando sobrevoou a Carolina do Norte EPA/NELL REDMOND

Os EUA derrubaram este sábado sobre o Oceano Atlântico o balão de vigilância chinês que sobrevoou nos últimos dias o território norte-americano.

"Abatemos o balão com sucesso e quero cumprimentar os nossos aviadores que conseguiram", disse o Presidente norte-americano Joe Biden.​

O balão foi avistado pela primeira vez no céu sobre Montana no início da semana e sobrevoou o país seguindo os padrões climáticos, antes de deixar o território continental dos Estados Unidos neste sábado.

Um fotógrafo da Reuters que testemunhou a operação disse que viu um disparo feito a partir de um caça atingir o balão, mas não houve qualquer explosão. Em seguida, o aparelho começou a cair, acrescentou o fotógrafo.

Vários caças e aviões de reabastecimento estiveram envolvidos na operação, mas apenas um deles – um caça F-22 – disparou, atingindo o balão com um míssil AIM-9X, revelou um alto oficial militar dos EUA. O balão foi abatido a cerca de 33 quilómetros da costa dos Estados Unidos.

Durante a semana, vários responsáveis militares tinham recomendado que o balão não fosse abatido enquanto sobrevoasse território norte-americano devido ao risco colocado pela queda dos destroços.

Antes de o balão ser abatido por ordem de Joe Biden, a autoridade federal da aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu uma ordem a proibir o tráfego aéreo nos aeroportos de Wilmington, na Carolina do Norte, e de Charleston e Myrtle Beach, na Carolina do Sul. A FAA restringiu também o espaço aéreo perto de Myrtle Beach “para apoiar o Departamento de Defesa num esforço de segurança nacional”.

A Guarda Costeira norte-americana já iniciou entretanto as operações para a recolha dos destroços do aparelho.

Na sexta-feira, Washington classificara a passagem do balão chinês como uma "clara violação" da soberania dos EUA.​ Na sequência do incidente, a Administração norte-americana decidiu adiar a visita à China, programada para este domingo, do secretário de Estado, Antony Blinken.

O Governo de Pequim admitiu, na sexta-feira, que o balão de grande altitude detectado nos últimos dias no espaço aéreo dos Estados Unidos era seu, lamentando que o aparelho — que disse ser "de uso civil, principalmente para investigação meteorológica" — se tenha "desviado do seu curso devido aos ventos de oeste".

A explicação chinesa foi rejeitada por Washington, que explicou que o balão é manobrável e carregava equipamento para a inspecção do terreno. As autoridades norte-americanas afirmaram ainda que esta não foi a primeira vez que detectaram aparelhos chineses com funções de espionagem a sobrevoar os EUA ou nas proximidades.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês assegurou, por sua vez, que Pequim “nunca violou o território e espaço aéreo de qualquer país soberano”, acrescentando, em comunicado divulgado este sábado, que Wang Yi, alto responsável de política externa, falou ao telefone com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken.

Este sábado, as autoridades norte-americanas denunciaram a presença de “outro balão de vigilância chinês”, este a voar sobre a América Latina, tendo sido avistado na Costa Rica.

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